O Cejusc (Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos) de Londrina, do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná), com o apoio de parceiros locais, realizou nesta quinta-feira (27) a 2ª edição do "Rolê da Justiça". Esta edição foi realizada na zona oeste, no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) do Jardim Santa Rita. Foram ofertadas gratuitamente orientações jurídicas no âmbito do Direito da Família (pensões alimentícias, guarda de crianças e adolescentes, visitas, homologação de divórcios e partilha de bens), além de serviços oferecidos pelos parceiros, como a confecção de carteira de identidade, do Cadastro Único, vacinação contra a Covid-19, entre outros.

A juíza coordenadora do Cejusc de Londrina, Claudia Catafesta, explicou que a proposta é garantir acesso à justiça a a quem não tem condições de se deslocar ao fórum. “A pandemia fechou o Fórum e com a reabertura estava na hora de a gente ir às comunidades para proporcionar acesso à justiça. A gente não criou nada novo, só reuniu todos os parceiros, criando uma conexão e uma articulação que se perpetua.”

A gestora do Cejusc e técnica do TJPR, Renata Ressiinetti, reforçou que o principal foco foi sair da sala e do prédio do TJPR para integrar e auxiliar a comunidade. “Nosso trabalho é mais para somar e a gente ajuda em outros setores. O Cejusc é um centro de soluções consensuais de conflito”, destacou. “A gente percebe que há carência da população em relação a informações do judiciário pela distância e pela falta de tempo.”

Uma das pessoas que buscou esse apoio foi a enfermeira Fernanda Modesto, 38, que procurou o "Rolê da Justiça" para dar entrada no divórcio. “Estava tentando há muito tempo e a situação estava complicada. Vim aqui e foi bem rápido. Já agendaram a homologação para o mês que vem. Já havia tentado esse divórcio várias vezes, mas por questão financeira não tinha conseguido. O atendimento não durou nem 15 minutos. A previsão é de que em 30 dias o divórcio já saia”, declarou.

A advogada do Neddij (Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude), Natália Moritz Alfonzo, ressaltou a importância do projeto. “É bom estar perto da população e ajudar as pessoas que realmente precisam. A gente sabe que o trabalho de advogado não é barato.”

Para a dona de casa Valquíria de Fátima dos Santos, 38, foi a oportunidade para fazer a segunda via do RG dela e o documento de identidade de suas filhas. “Para mim foi muito mais prático que tenha essa possibilidade aqui na localidade. Muitas vezes eu não tenho como agendar, porque não tenho crédito no celular para ficar ligando e para ir ao centro a dificuldade é maior. Aqui foi bem mais viável.”

Para a balconista Roviane Francilene Furlan, 36, o objetivo foi atualizar o Cadastro Único para poder receber os benefícios do governo. “Eu fiquei sabendo do 'Rolê da Justiça' pelo WhatsApp da escola. Toda vez que ligava tentando obter informações dava ocupado. Por aqui foi mais fácil.”

Sara Neves Amaral estava no atendimento do Numape (Núcleo Maria da Penha) e relatou que as pessoas que foram lá na maioria das vezes falavam que sabiam de uma vizinha que estava passando por algo, mas que muitas vezes a pessoa não queria se identificar e acaba falando em nome de terceiros. “A gente repassou panfletos, o passo a passo de como agir e explicou onde a pessoa faz o boletim de ocorrência e colocou o núcleo à disposição para ajudar.”

Carlyle Calixto de Alvarenga trabalha na Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda de Londrina e atendeu quem estava procurando emprego. “Dez pessoas fizeram cadastro para fazer a entrevista de emprego. Embora o evento esteja voltado mais para a Justiça, teve muita gente que nos procurou.”

O objetivo foi promover a pacificação social e a orientação da população, reunindo redes de serviços da região envolvidas no projeto. O evento conta com o apoio da Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Municipal, Prefeitura Municipal de Londrina, Conselho Tutelar e outros.

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