A Secretaria de Saúde de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) investiga a possibilidade de um morador da cidade ter contraído a nova cepa do vírus Sars-Cov-2. De acordo com a secretária de Saúde, Paloma Pissinati, a pessoa reside em Rolândia e teve diagnóstico de Covid-19 confirmado em dezembro e, depois de ter se curado, foi viajar para Manaus (AM) visitar um familiar.

Rolandense suspeito de ter a nova cepa do coronavírus está internado no Hospital do Coração, em Londrina.
Rolandense suspeito de ter a nova cepa do coronavírus está internado no Hospital do Coração, em Londrina. | Foto: Marcos Zanutto/02/05/2012

“Ele voltou com sintomas e nem foi a Rolândia, tampouco teve contato com familiares ou amigos. Ele está internado no Hospital do Coração, em Londrina. Em virtude da localidade para qual ele viajou estão sendo adotados os procedimentos necessários para a coleta do material e, após isso, serão realizados os encaminhamentos junto ao Estado para análise. Mas ainda não tem nada confirmado. É uma investigação”, declarou Pissinati.

Segundo ela, o que intriga é o fato de a pessoa voltar a apresentar sintomas de Covid-19 em um intervalo menor que três meses entre a infecção contraída em dezembro e agora. “É isso o que temos até o momento. Ele não retornou ao município, não teve contato com nenhum outro familiar dele.” Pissinati ainda não sabe qual foi o meio de transporte adotado na viagem. “Foi passado para a gente que ele está na enfermaria e não está em estado grave”, destacou.

Ela ressaltou que divulgou a nota técnica do Estado com todas as recomendações sobre viajar para essas localidades. “Caso a viagem seja necessário é preciso permanecer em isolamento. É preciso conscientizar a população”, declarou.

A nota técnica da Sesa/PR (Secretaria de Estado de Saúde do Paraná) determina que casos positivos para Covid-19 com histórico de procedência de locais onde a nova variante foi identificada devem ser diretamente comunicados ao Lacen/PR. Estas amostras serão encaminhadas à Fiocruz/RJ para análise do sequenciamento genômico.

A nota diz ainda que os casos suspeitos de portarem a nova variante devem ser atendidos isoladamente. “No caso de internação hospitalar, estes pacientes não poderão permanecer com outros pacientes suspeitos ou confirmados para Covid-19 em enfermaria até saída do resultado laboratorial do sequenciamento genético", diz a orientação.

A Sesa/PR indica que pacientes sintomáticos devem ficar em isolamento domiciliar por 10 dias, a contar da data de início dos sintomas, e retorno ao trabalho, desde que estejam há 24 horas sem sintomas. Os pacientes assintomáticos, por sua vez, devem permanecer em isolamento domiciliar por 10 dias, a contar da data de coleta do exame e retorno ao trabalho após este período, desde que sem sintomas. Já os pacientes hospitalizados com Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) só podem voltar ao trabalho após 20 dias da alta hospitalar e desde que estejam sem sintomas por 24 horas. Os contatos domiciliares devem permanecer em isolamento domiciliar por 14 dias (tempo máximo de incubação da doença) da data de início de sintomas do caso índice ou do teste positivo do caso índice assintomático.

Os contatos próximos devem permanecer em isolamento domiciliar por 14 dias (tempo máximo de incubação da doença) da data do último contato com o caso. Os casos suspeitos de infecção da nova variante deverão ser comunicados, imediatamente, pela Regional de Saúde à Divisão de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Sesa/PR.

Todos os casos suspeitos de reinfecção (pessoa com dois resultados positivos do teste RT-PCR para o vírus SARS-CoV-2, em intervalo superior a noventa dias entre os resultados) devem ser prontamente comunicados ao Lacen, para análise do sequenciamento genômico das amostras. A nota diz que deve se ter uma especial atenção na investigação clínica de pacientes suspeitos de Covid-19, em especial se procedente de viagem ao exterior e aqueles com histórico de viagem no território nacional nos últimos 14 dias, especialmente se por transporte aéreo. Novas variantes foram identificadas em Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo, e na África do Sul.

A reportagem procurou a assessoria do HCL (Hospital do Coração de Londrina), que expôs que foi coletado exame desse paciente para analisar se a sua contaminação era decorrente da nova cepa do novo coronavírus. O hospital admitiu que existe realmente a suspeita disso. O material coletado pelo exame foi encaminhado para o Lacen (Laboratório Central do Estado), em Curitiba. Segundo a assessoria do HCL, o paciente chegou com desconforto respiratório e mialgia e logo recebeu uma máscara de alto de fluxo de oxigênio. Ele está em isolamento total em leito de UTI exclusivo até sair o resultado.

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, estão sendo tomados todos os cuidados para que não haja risco de disseminação de uma possível nova cepa do vírus.