Rio, 16 (AE) - Três novos casos de suspeita de febre amarela foram notificados neste fim de semana no Rio. As três pessoas que apresentaram sintomas semelhantes aos da doença viajaram para regiões consideradas de risco no País. A Coordenação de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde já colheu material das três pessoas e os resultados devem ser divulgados pela Fiocruz nos próximos dias.
Na terça-feira profissionais da secretaria de saúde do município e do estado e da Fundação Nacional de Saúde vão se reunir para discutir como agir. Se confirmado o resultado positivo, três regiões da cidade - zona sul, zona norte e zona oeste, locais onde moram as pessoas com sintomas - serão visitadas por técnicos à procura de focos de mosquitos.
Moradora de Ipanema, M.A.M.S, de 43 anos, viajou, no dia 3 deste mês, para a região do rio Ariaú, no Amazonas, distante duas horas de Manaus. Ela permaneceu no local até o dia 6 e no dia 8 estava de volta ao Rio. Quarenta e oito horas depois, apresentou febre, prostação, artralgia (dor na articulação) e diarréia. Atendida em uma clínica particular da zona sul, no dia 13, ela colheu material para exames de malária e de febre amarela. O primeiro deu negativo e o segundo, que foi enviado para a Fiocruz através do serviço do epidemiologia da SMS-Rio, deve ter o resultado divulgado na terça-feira.
Segundo a coordenadora de epidemiologia da SMS-Rio, a médica Meri Baran, técnicos da Fundação Nacional de Saúde já fizeram uma vistoria na região onde a paciente mora, em Ipanema. "Não foi achado nenhum foco de mosquito na casa da moça e nem nas redondezas", afirmou Meri Baran, informando ainda que os técnicos da Fundação vão fazer pesquisas em Campo Grande, na zona oeste, e no Méier, na zona norte, bairros onde residem as outras pessoas cujos casos foram notificados.
E.J.M , de 30 anos, mora em Campo Grande e foi passar o réveillon em Goiânia, a 50 km do centro da cidade. Ele viajou no dia 26 de dezembro e lá circulou em uma área de aproximadamente 600 metros de mata fechada. No dia 8, quatro dias após de retornar ao Rio, E.J.M. começou a apresentar sintomas parecidos com os da febre amarela. Ele está internado em uma clínica particular da zona oeste.
M.V.R. começou a apresentar dores no corpo e febre alta no dia 9. Residente no Méier, ele viajou no dia 1º de dezembro para o Pará, onde foi passar as festas de fim de ano. M.V.R. ficou hospedado em uma cidade do interior, perto de uma região de floresta. Internado no Hospital do Fundão, ele está com quadro clínico estável.
Vacina- Por enquanto, a Coordenação de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde informa que não há necessidade de vacinação de massa, já que os casos que estão surgindo no Rio são importados. Somente as pessoas que viajarão para as regiões consideradas de risco é que devem tomar a vacina.
A médica Meri Baran disse que depois que os resultados dos três casos notificados forem conferidos, as secretarias de saúde do município e do estado vão fazer uma avaliação. Segundo ela, as secretarias pretendem desenvolver um trabalho junto às agências de viagem. "Com o aumento do ecoturismo é necessário que haja uma conscientização de que o turista tem que tomar a vacina", disse. A idéia, de acordo com Meri, é que os turistas apresentem certificado de vacinação para viajar para estas áreas consideradas de risco.