Republicano Bush e democrata Gore são favoritos Do correspondente PAULO SOTERO
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sábado, 22 de janeiro de 2000
Washington, 22 (AE) - As vitórias confortáveis esperadas na segunda-feira, na prévia eleitoral de Iowa, do governador do Texas, George W. Bush, e do vice-presidente Albert Gore podem levar a um rápido desfecho do festival democrático que os americanos montam a cada quatro anos para escolher seus candidatos à presidência.
Depois de ter sido ameaçado pelo ex-senador de New Jersey, Bill Bradley, o democrata Gore retomou o pé da situação e chega à disputa inaugural da fase preliminar da eleição presidencial claramente na liderança seu Partido Democrata.
As pesquisas apontam Bradley ligeiramente à frente do vice-presidente em New Hampshire, o Estado que realizará a primeira eleição primária na semana que vem. Em Iowa não há votação primária, e os militantes de cada partido manifestarão suas preferências reunindo-se nos chamados caucus ou conchavos em lugares pré-determinados para serem contados.
Mas as chances da campanha do ex-senador Bradley ganhar impulso parecem hoje mais remotas e podem ter sido comprometidas pela revelação, na semana passada, de novos episódios recentes de arritmia cardíaca, um mal de que ele vem sofrendo há alguns anos.
Do lado do Partido Republicano, o senador John McCain, de Arizona, que não participará da prévia de Iowa, continua à frente de Bush em New Hampshire, mas com uma vantagem reduzida e sua estrela política em aparente declínio.
Se o impulso que Bush e Gore receberem em Iowa for suficiente para que eles batam seus respectivos desafiantes principais em New Hampshire, no dia 1º, ou pelo menos neguem-lhes vitórias convincentes, as campanhas de Bradley e McCain estão fadadas a perder altitude rapidamente. Embora os dois políticos tenham arrecadado muito dinheiro, as campanhas de seus rivais são mais ricas e contam com o suporte da máquina de seus partidos.
Nesse cenário, que é considerado o mais provável pelos comentaristas políticos em Washington por margens de 70% a 30%, no caso dos candidatos democratas, e de 90% a 10%, no caso dos republicanos, os Estados Unidos assistirão à mais longa campanha presidencial de sua história.