Representantes de escolas particulares de Londrina e do grupo Mães em Ação montaram acampamento em frente à prefeitura municipal reivindicando uma posição da administração quanto à volta das aulas na cidade. Os manifestantes prometem não deixar o Centro Cívico até ter uma resposta por parte do prefeito Marcelo Belinati.

Imagem ilustrativa da imagem Representantes de escolas particulares acampam em frente à prefeitura
| Foto: Gustavo Carneiro/Folha de Londrina

Pelo menos 67 escolas participam do movimento e cobram uma data para o retorno as aulas. O grupo montou barracas no gramado em frente ao prédio da prefeitura, distribuiu cadeiras e estendeu faixas e cartazes alusivos à importância do retorno as aulas e à dificuldade financeira que os colégios têm enfrentado desde o início da pandemia.

"O que reivindicamos é uma data para o retorno facultativo para atender os pais e os alunos que quiserem voltar para a escola. Ficaremos aqui até termos uma resposta definitiva. É um momento em que todos precisam estar juntos, porque muitas crianças estão ficando doentes em casas e muitas escolas estão enfrentando enormes dificuldades financeiras", relatou Patrícia Martins, proprietária do Colégio Alternativa.

Os colégios particulares de Londrina voltaram a receber alunos no segundo semestre do ano passado graças a uma liminar concedida pela Justiça. A decisão, no entanto, foi derrubada pela Prefeitura de Londrina e neste momento, com base em decretos municipais, as aulas continuam suspensas na cidade e sem uma previsão de retorno.

"Passados dez meses da pandemia, todos os setores estão abertos, a única exceção são as escolas. Os meus dez funcionários não receberam férias, 13º e o salário de dezembro. Ninguém quer chegar no fim do mês e não pagar os funcionários, mas o que acontece é que não temos mais fonte de receita", frisou João Batista da Silva, da escola Elos Kids.

O protesto tem o apoio do grupo Mães em Ação. O movimento surgiu através das redes sociais e agrupa mães que querem mais liberdade para os filhos, sobretudo os menores de cinco anos, que não podem frequentar espaços públicos como supermercados, shoppings e o comércio em geral.

"Não existe critério técnico e médico que proíba as crianças de estarem nestes locais. Londrina é uma exceção no Brasil inteiro. Baseado em que acontece esta proibição?", questiona Nábila Raquel Dourado, mãe de dois filhos de três e dois anos. "Como vou ao supermercado, por exemplo, se não posso levar nenhum dos meus filhos? Temos visto muitas crianças ficando sozinhas em casa, sendo cuidadas por outras crianças e isto tem acarretado, além de muitos problemas psicológicos nestas crianças, também um aumento de acidentes domésticos."

Procurada pela Folha, a prefeitura, através do Núcleo de Comunicação, informou que não havia nenhuma agenda do prefeito Marcelo Belinati para receber os manifestantes.