A UEL (Universidade Estadual de Londrina) anunciou que vai prorrogar os contratos de 244 professores temporários cujos vencimentos de contrato estavam marcados para 31 de dezembro. Segundo a UEL, a decisão garante a conclusão das atividades curriculares de 2019 nos nove centros de estudos, uma vez que o ano letivo só deve ter fim em 13 de janeiro do ano que vem.

Dentre os contratos que teriam fim em 31 de dezembro estão o de 41 funcionários da saúde, sendo 22 médicos docentes do HU
Dentre os contratos que teriam fim em 31 de dezembro estão o de 41 funcionários da saúde, sendo 22 médicos docentes do HU | Foto: Marcos Zanutto/27-12-2018

Dos cerca de 1.500 docentes da UEL, 412 possuem Contratos de Regime Especial, uma forma que a instituição encontrou para garantir o desenvolvimento das atividades acadêmicas enquanto o governo do estado não autoriza a realização de novos concursos ou mesmo autoriza a nomeação de candidatos já aprovados.

De acordo com reitor da UEL, Sérgio Carvalho, este é o caso de 55 docentes. Desde 2015, outros 24 professores tiveram que recorrer à Justiça para conseguirem assumir os cargos. E lembrou que, somente neste ano, 146 professores se aposentaram e 142 vão iniciar o ano que vem em processo de aposentadoria.

“Nós precisamos que haja um modo contínuo de renovação deste quadro porque você formar um professor, embora nós tenhamos jovens muito talentosos que podem ser captados por meio de concurso público, até que ele adquira a experiência e maturidade necessárias para a docência, pesquisa principalmente, vão cinco, seis anos de atividade ininterrupta. Então precisamos fazer concursos, sim, e a Secretaria de Ciência e Tecnologia nos sinaliza neste sentido ajudando-nos no sentido de convencer o governo”, avaliou Carvalho.

Além destes, outros professores devem ter contratos renovados durante o primeiro semestre de 2020. Apenas não poderão contar com as renovações aqueles cuja vigência do contrato já alcançou dois anos, conforme a legislação.

Dentre os contratos que teriam fim em 31 de dezembro estão o de 41 funcionários da saúde, sendo 22 médicos docentes do HU (Hospital Universitários). Segundo o pró-reitor de Recursos Humanos da UEL, Itamar Rodrigues do Nascimento, a instituição se preparou e realizou um cadastro de reserva para todos os cargos. No entanto haviam ficado faltando pediatras docentes para as áreas da neonatologia e reumatologia, além das áreas de ginecologia obstetrícia e oftalmologia.

Na oportunidade, a reportagem também questionou o reitor Sérgio Carvalho se as bolsas dos residentes da UEL, alvos de uma celeuma jurídica no primeiro semestre, estão garantidas no ano que vem. Carvalho lembrou que as bolsas ligadas ao CCS (Centro de Ciências da Saúde) foram previstas no orçamento da Secretaria Estadual de Saúde, no entanto, restava dúvida sobre as bolsas ligadas ao Hospital Veterinário e à Clínica Odontológica Universitária. "Estas estavam previstas dentro do custeio da universidade e não previstas como suplementação como nós esperamos que venham. Vamos manter, senão seria uma perda brutal para a cidade, e aí procuraremos os atores políticos necessários para que isso aconteça", afirmou.

A FOLHA também entrou em contato com o relator do Orçamento na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), o deputado Tiago Amaral (PSB), uma vez que a matéria foi aprovada em segunda discussão nesta semana. Amaral garantiu que dois depósitos de R$ 4 milhões cada, do tesouro do estado, foram efetuados na última semana. "É o que faltava pra conseguir fechar as contas e é óbvio deve sobrar alguma coisa ainda. No final das contas o orçamento do HU termina um pouquinho maior do que o que iniciou porque temos a suplementação também para pagamento das RPVs (Requisição de Pequeno Valor) da UEL e do próprio HU, R$ 10 milhões do estado para isso. Todos problemas foram resolvidos neste ano", afirmou.