A entidade ambientalista Greenpeace divulgou ontem um relatório que traz uma compilação da literatura científica internacional sobre os níveis de Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) no ambiente natural, na fauna e na população da América Latina. Essas pesquisas, embora extremamente limitadas em quantidade de trabalhos e número de POPs estudados, mostram que a contaminação existe em toda a região.
Os POPs são um grupo de substâncias químicas muito resistentes à degradação por processos bioquímicos. Por isso, têm longa vida no ambiente natural (incluindo o corpo humano). A maioria não ocorre na natureza, são produzidos pelo homem através de produtos, como agrotóxicos, ou liberados em processos industriais. Representam, hoje, um problema de contaminação global, já que muitos são altamente tóxicos e bioacumulativos nos tecidos de animais e humanos. Por conta disso, uma reunião do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), marcada para 5 de dezembro, na África do Sul, vai analisar a possibilidade de um protocolo banindo internacionalmente 12 dessas substâncias do grupo de organoclorados.
A maioria das pesquisas compiladas foram geradas no México e secundariamente no Brasil. Altos níveis de alguns agrotóxicos organoclorados são evidentes em algumas regiões, relacionados com usos anteriores ou atuais de produtos como o DDT e o DDE.