O Paraná atravessa um período com regras bem menos restritivas de combate à transmissão da Covid-19, para promover a recuperação da economia e reduzir prejuízos ao aprendizado dos estudantes, o sistema público de saúde da Região Metropolitana de Londrina opera sob pressão.

Imagem ilustrativa da imagem Região tem 19 pacientes com Covid na espera por UTI
| Foto: Vitor Struck

Conforme dados do portal da transparência da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde do Paraná) atualizados nesta terça-feira (21), a Macrorregião Norte é a que possui a maior “fila” de espera por leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto exclusivos para tratamento da Covid-19. Eram 19 pacientes diagnosticados ou com a suspeita da doença aguardando para serem intubados. Durante esta terça, o número da macrorregião Norte foi maior do que a somatória de espera por UTI em outras três macrorregiões do estado - Noroeste (9), Oeste (8) e Leste (1).

Ao mesmo tempo, dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde lembram os de um dos períodos mais críticos da pandemia, caso do final do primeiro semestre deste ano. Conforme o boletim epidemiológico desta terça-feira, Londrina registrou nove óbitos em decorrência da doença, o que elevou para 2.079 o total. Outros 242 casos foram confirmados, o que fez a cidade somar 80.950, com 77.954 pessoas consideradas curadas.

A FOLHA recebeu denúncia de que pacientes com quadros graves da doença estariam aguardando em leitos improvisados pela internação em UTIs, no HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina). No local, foi possível ouvir o relato de um profissional de saúde, que confirmou a situação preocupante, mas preferiu não ter a identidade divulgada.

A reportagem solicitou a informação à assessoria de imprensa do hospital, que não deu retorno até o fechamento desta edição. Entretanto, informou que 83% dos 100 leitos de UTI adulto Covid-19 estavam ocupados. Ainda segundo o boletim da instituição, a taxa de ocupação dos 96 leitos de enfermaria da ala Covid-19 era de 46%.

O aumento da demanda por leitos e uma mudança de perfil dos pacientes com quadros mais graves são fenômenos que vêm sendo sentidos também entre os trabalhadores da saúde de Londrina, confirmou o profissional. De acordo com ele, os idosos voltaram a ser o grupo que mais tem manifestado as graves consequências do vírus.

Conforme apurou a reportagem, o pronto-socorro do Hospital Universitário precisou ser fechada ao menos duas vezes em menos de uma semana devido à superlotação. Mesmo assim, ao menos 13 pacientes acabaram sendo encaminhados pelo Samu, o que ocorre em razão do sistema vaga zero para a internação.

Já a ala Covid-19 da Santa Casa de Londrina contava com 19 pacientes ao longo desta terça-feira - 14 não desenvolveram quadros graves da doença. De acordo com a assessoria de comunicação do hospital, a taxa de ocupação dos leitos de UTI era de 50%, com cinco pacientes intubados. Já as enfermarias estavam 100% ocupadas.

Este aumento de demanda, que inclui também os hospitais da Zona Norte e da Zona Sul e Evangélico. Entretanto, o sistema de regulação de leitos da Sesa mostrou que todos os cinco leitos de UTI Covid-19 adulto da Santa Casa de Cambé também estavam ocupados. No caso do Honpar, em Arapongas, a taxa de ocupação era de 41%.

A reportagem solicitou entrevista ao secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, na tarde desta terça, mas sem sucesso até o fechamento desta edição.

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