Se a previsão do tempo for seguida à risca, Londrina completará 40 dias sem chuvas nesta quinta-feira (15). A última vez que a água caiu do céu na cidade foi em 5 de julho, que registrou 29 milímetros. O mês passado terminou com 61.6 mm, abaixo do esperado, que era 72 mm. A previsão também não é otimista para o restante de agosto ."Esse é o período que menos chove no ano. O clima permanece estável até o final da semana. As frentes frias estão no Sul do Brasil, mas não avançam para a nossa região", disse a meteorologista do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Ângela Beatriz Costa.

Imagem ilustrativa da imagem Região de Londrina é a campeã em número de queimadas no Paraná
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Um reflexo nítido das temperaturas altas são as queimadas, que, associadas à desobediência da população, só têm crescido nas estatísticas do Corpo de Bombeiros. De acordo com o tenente Weslley Xavier Araújo, o 3º Grupamento, que abrange 40 municípios do Norte do Estado, está em primeiro lugar no ranking desse tipo de ocorrência. "Só nesta terça (13), tivemos 12 incêndios ambientais, sendo seis aqui na cidade. Até agora em 2019, estamos com 290 situações em Londrina. Somando todos os municípios, são mais de 700 casos", explicou.

O oficial considerou como "preocupante" o panorama, mas argumentou que a liderança está inteiramente ligada ao clima e relevo das cidades atendidas. "Como a estiagem se estende desde o começo de julho, cria-se um ambiente favorável à propagação rápida do fogo. Alguns chamados são de pequena relevância e fácil combate. Quando a queimada passa de um ou dois metros quadrados da área atingida, a pessoa pode improvisar um galho de árvore como abafador e apagar as chamas na direção contrária do vento. Se ele vai pra leste, a ação começa no sentido oeste. Apesar dessas orientações tradicionais, o certo é sempre ligar para os bombeiros", ponderou.

Além dos cuidados com os terrenos baldios, é preciso redobrar a atenção com a saúde. Para Ângela Costa, algumas precauções não podem jamais serem descartadas, como evitar exercícios físicos das 14h às 16h, lacuna de menor umidade do ar durante dia. "O ideal seria 60%, mas os levantamentos têm mostrado que o índice não chega a 40%. É preciso se hidratar bem, recomendação destinada principalmente para crianças e idosos, e umidificar salas e quartos", completou.