Emerson Cervi
De Curitiba
As mudanças anunciadas anteontem pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, no Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foram bem aceitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e pela União Democrática Ruralista (UDR). Jungmann exonerou todos os 29 superintendentes regionais e vai criar nove gerências para áreas específicas. O objetivo é tornar a ação do órgão mais ágil, profissionais e com menos corrupção.
Os 29 superintendentes regionais exonerados ficam no cargo interinamente. Em 30 dias, o ministério vai analisar o desempenho das unidades. Segundo o superintendente interino do Incra no Paraná, José Carlos Araújo, as mudanças já estavam previstas. ‘‘O objetivo é trabalhar de maneira mais profissional na valorização da pequena propriedade, além dos assentamentos’’, afirmou.
Araújo está no Incra há 10 meses e não sabe se continuará no órgão depois das avaliações. ‘‘Em 40 dias o ministro define os novos rumos, com uma visão moderna desse setor.’’ Segundo os técnicos do Incra no Paraná, as metas de 3,8 mil novos assentamentos no Estado em 99 foram cumpridas.
A coordenação do MST discorda. Segundo Ubiraci Stesko, o Incra não cumpriu as metas estabelecidas para o ano passado no Paraná. ‘‘Foram assentadas 870 novas famílias, o restante é apenas a regularização de áreas e conclusão de processos que tinham começado em gestões anteriores.’’
O coordenador estadual da UDR, Tarcísio Barbosa de Souza, concorda com a necessidade de maior isenção no Incra. ‘‘O que preocupa os produtores é que existem pessoas dentro do Incra tendenciosos a favor do MST e elas podem dificultar os assentamentos.’’