O governo do Estado determinou uma quarentena mais rigorosa por 14 dias nas áreas de abrangência de sete Regionais de Saúde: Cornélio Procópio, Cianorte, Londrina, Toledo, Cascavel, Foz do Iguaçu e Curitiba. O decreto, válido a partir desta quarta-feira (1º), prevê que estão suspensas as atividades não essenciais e também o funcionamento de shopping centers, galerias, comércio de rua, barbearias, salões de beleza, clínicas de estética, academias e clubes.

A medida determina que restaurantes poderão funcionar com entrega em domicílio, retirada no balcão e retirada expressa sem o desembarque (drive thru). Mercados e supermercados podem continuar funcionando das 7 horas às 21 horas. O fluxo de pessoas nesses estabelecimentos deve ser limitado a 30% de sua capacidade e controlado por meio de senhas. Será permitido o ingresso de apenas um membro da família por estabelecimento.

Serviços de conveniência em postos de combustíveis podem continuar funcionando sem horário definido. Está suspensa a circulação em praças, parques, passeios, academias de musculação e demais atividades ao ar livre. Também ficam suspensos os procedimentos cirúrgicos eletivos hospitalares e ambulatoriais, com exceção de cardiologia, nefrologia e oncologia e outros de caráter de urgência, considerados necessários pelos médicos.

O decreto estadual autoriza os municípios a implantarem barreiras sanitárias nos limites de seus territórios. As multas devem variar de um a cinco UPF/PR (unidade padrão fiscal do Paraná, estabelecida em R$106,34) para pessoas físicas e de 20 a 100 UPF/PR para pessoas jurídicas.

As medidas devem ser adotadas pelas Regionais de Saúde por 14 dias a partir desta quarta-feira (1º). Quem descumprir as medidas estará sujeito a multa, cassação do alvará e da inscrição estadual. Será autorizado apenas o funcionamento de serviços essenciais, que já foram definidos em decretos anteriores.

RECORDE DE CASOS

O anúncio foi realizado no dia em que o Estado registrou um recorde de novos casos confirmados em um dia, com 1.536 ocorrências, e também de mortes, com 36 óbitos. O número de casos no Paraná chegou a 22.623 confirmações e 636 óbitos. “O Paraná ainda é o Estado com menor número de infectados por 100 mil habitantes. Todo esforço do governo e da população colaborou para este momento, para que não houvesse colapso da saúde, e trouxesse bons resultados. Saímos de 1.200 leitos em 30 anos e entregamos quase 800 leitos em poucos meses”, tentou se justificar o governador Ratinho Junior para a não adoção de um lockdown em todo o Estado.

Segundo ele, não são todas as regiões do Estado que demandam medidas duras. Os critérios para a adoção da quarentena regional foram a combinação das taxas de mobilidade, de transmissão da doença, de ocupação dos leitos, disponibilidade de sedativos e outros medicamentos necessários para essas internações e disponibilidade de profissionais intensivistas. “Cerca de 75% dos casos de Covid-19 do Paraná estão vinculados a sete Regionais de Saúde, onde os casos estão mais agudos. São 134 municípios (dos 399 existentes)”, relatou o governador. “A ideia é que nossas decisões sejam pontuais como em uma acupuntura, para conseguir frear a velocidade dessa curva de propagação para garantir mais tranquilidade aos profissionais do setor de saúde. A ideia é oferecer o serviço e não deixar colapsar o setor econômico”, destacou Ratinho Junior.

ISOLAMENTO SOCIAL E TAXA DE TRANSMISSÃO

Segundo o secretário de Saúde, Beto Preto , o objetivo é manter o índice de isolamento social em torno de 50% a 55% e a taxa de transmissão abaixo de 1. O Paraná está com uma taxa de isolamento na casa dos 36% e a taxa de transmissão está em torno de 1,37.

Beto Preto ressaltou que de 14 a 28 de junho os casos de Covid-19 saltaram de 9.583 para 20.516, um crescimento de 114%. O número de óbitos saltou de 326 para 586, um aumento de 79%. “Nos últimos 15 dias foi registrada metade das ocorrências que tinham sido registradas nos últimos 110 dias”, destacou. O Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) fez uma projeção de que até o dia 5 de julho o número de casos no Estado chegue a 32 mil.

Conforme lembrou a diretora da 17ª Regional de Saúde, Maria Lúcia Lopes, o índice de mortalidade para cada 100 mil habitantes e a incidência de casos novos pelo mesmo grupo de pessoas foram fundamentais para a inclusão da Regional de Londrina no escopo do decreto. “Isso é um cuidado, o objetivo do Estado é proteger as pessoas, é que este tempo em casa afaste as pessoas e possibilite aos serviços de saúde se organizarem para que possamos reduzir estes índices”, explicou. (Colaboraram Vitor Struck e Guilherme Marconi)

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