O apresentador de tevê e empresário Carlos Roberto Massa, o ‘‘Ratinho’’, inaugurou ontem, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), um laboratório piloto para extração do rebaudiosídeo, um adoçante à base de stévia. Financiado pela empressa Massa e Massa, de propriedade do apresentador, o projeto da UEM custou R$ 550 mil e será o ponto de partida para a fábrica de adoçante.
Massa disse que vai investir mais de US$ 2,5 milhões para construir a indústria do rebaudiosídeo em Maringá. Segundo ele, a produção vai atender o mercado externo e participar de um negócio que hoje é quase exclusivo do Japão. O mercado atual depende de outros tipos de bases para a fabricação de adoçantes. ‘‘Estamos na realidade com um processo alternativo de produção ideal para as indústrias de adoçantes líquidos e em pó’’, afirmou o apresentador.
O professor e coordenador do projeto do Núcleo de Estudos e Produtos Naturais (Nepron) da UEM, Sílvio Cláudio da Costa, explicou que o rebaudiosídeo é retirado da Stevia rebaudiana a partir de uma melhoria genética da planta. Com o rebaudiosídeo, os pesquisadores da UEM conseguiram o sucesso que o adoçante stévia não conquistou no mercado. Segundo Costa, a base de steviosídeo tinha um gosto residual muito persistente e baixa soluvibilidade. ‘‘Com a seleção e melhoria de uma variedade da planta conseguimos que o rebaudiosídeo se transformasse no adoçante majoritário da stévia’’, destacou Costa. A nova base de adoçante tem um perfil de doçura superior, baixíssimo gosto residual, além de ser solúvel.
Segundo o professor, o processo de extração do rebaudiosídeo é natural. O projeto piloto vai produzir cinco quilos por dia do adoçante. O objetivo é buscar a melhoria do processo e transpor a tecnologia desenvolvida no laboratório para a dimensão de uma indústria.