Brasília - Em meio a uma corrida de governadores para tentar antecipar o calendário de vacinação contra a Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (21) que, "pelo ritmo atual", a previsão da pasta é ter toda a população adulta vacinada com uma dose até setembro. Até então, o ministro vinha falando apenas em imunizar toda a população até o fim do ano, sem especificar se seria com uma ou duas doses.

Na audiência, Queiroga voltou a comentar que negocia doses extras para um eventual novo ciclo de vacinação em 2022
Na audiência, Queiroga voltou a comentar que negocia doses extras para um eventual novo ciclo de vacinação em 2022 | Foto: Roque de Sá/Agência Senado

"Pelo ritmo que nossa campanha vem adquirindo nas últimas semanas, já é possível antever que toda a população acima de 18 anos pode ser imunizada com uma dose até setembro, e pelas 600 milhões de doses que já dispomos, é possível antever que tenhamos toda a população acima de 18 anos vacinada até o fim do ano de 2021", afirmou.

Para o ministro, a meta é "razoável dentro das condições de carência de vacina no mundo". A declaração ocorreu em audiência na comissão da Covid-19 no Senado.

A previsão de vacinar todos os adultos até setembro acontece poucos dias após o governador de São Paulo, João Doria, dizer que a previsão era vacinar todos os residentes do Estado com até 18 anos até 15 de setembro com ao menos uma dose. Desde então, outros governadores e prefeitos também têm prometido antecipar a campanha de imunização, o que tem elevado a pressão sobre o governo federal.

No país, dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que 39% da população adulta já recebeu ao menos uma dose, e 15% já recebeu as duas doses previstas. A corrida dos governadores foi alvo de comentários do ministro. Ele evitou, porém, comentar especificamente as metas dos Estados. "Estados já travam certa disputa, no bom sentido, para verificar quem está vacinando mais. Observamos com satisfação que a campanha vem evoluindo", disse.

Queiroga disse ainda esperar que o país tenha cenário mais favorável no último trimestre. "Com o progresso da campanha de vacinação, entendemos que a partir de setembro é possível ter um cenário epidemiológico mais favorável no Brasil", disse. "Para tanto, além da vacinação e do fortalecimento do sistema de saúde para atender casos graves, temos que envidar outras ações, como ampla política de testagem."

Recentemente, o ministério vem dizendo que pretende iniciar um novo plano de testagem, mas a medida ainda não foi colocada em prática.

Na audiência, o ministro também voltou a comentar que negocia doses extras para um eventual novo ciclo de vacinação em 2022. A previsão é contar com doses da vacina AstraZeneca/Oxford e de outras empresas, como Pfizer e Moderna, caso haja necessidade de "reforço" nas doses, apontou. "Mas claro que ainda não temos todas as respostas e evidências científicas a esse respeito", disse.

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