A juíza substituta da 1ª Vara Criminal, Deborah Penna, decidiu nesta terça-feira (18) mandar ao Tribunal do Júri três homens que tentaram matar, no dia 21 de julho de 2018, um interno do Creslon (Centro de Reintegração Social de Londrina). O crime aconteceu na frente da unidade, quando o jovem saía para visitar sua família. Segundo as investigações da Polícia Civil, ele também atirou contra o grupo e por isso passará pelo júri popular, que ainda não tem data para acontecer. Durante o tiroteio, um outro detento acabou sendo baleado. Ninguém foi morto.

Imagem ilustrativa da imagem Quatro pessoas serão julgadas por tiroteio na frente do Creslon
| Foto: Arquivo FOLHA

Os cinco terão o futuro decidido por sete jurados, que não podem ter qualquer vínculo com os réus. De acordo com a polícia, as tentativas de homicídios foram cometidas por disputa de território entre quadrilhas que comandam o tráfico de drogas nos jardins Santiago e Vila Rica, zona oeste de Londrina. Dois dias antes da confusão no Creslon, um jovem de 23 anos, identificado como Pedro Amaro da Silva Neto, foi executado a tiros na Vila Ricardo, região leste. Investigadores descobriram que ele era amigo de um dos réus deste processo, o que teria motivado o desejo de vingança pela morte do colega.

Todos sempre negaram as acusações. "Não há como acolher a tese da legítima defesa para nenhum dos investigados, uma vez que não restou demonstrado que todos usaram de meios necessários para repelir injusta agressão atual ou iminente", escreveu a juíza, que ainda pode ter o despacho questionado pelos advogados por meio de recursos.

Inocentado

Além dos quatro que vão a júri popular, o Ministério Público chegou a denunciar um outro rapaz pela tentativa de homicídio contra o interno do Creslon. O panorama mudou enquanto a ação corria na Justiça. Inicialmente, um policial civil afirmou que havia reconhecido o suspeito em imagens coletadas para o inquérito. Nove meses depois que já estava preso, em uma audiência de instrução, o agente mudou de versão. A prisão foi revogada no mesmo dia. Nesta terça, ele teve a inocência confirmada.

Em nota, a advogada dele e que também responde pela defesa de um dos cinco acusados, Aline Kerolin Capocci, disse que "vê como satisfatória a decisão que absolveu sumariamente o acusado Willian Salmaso e espera conseguir provar dentro a inocência do réu Charles Enderson".