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'Punição é injusta', diz defesa de médico demitido após deixar cargo por viagem

ATUALIZAÇÃO
25 de fevereiro de 2021

Rafael Machado - Grupo Folha
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A defesa do médico Mauro Tanaka, exonerado pela Prefeitura de Londrina por abandonar o cargo para viajar ao exterior, classificou a sanção administrativa como desproporcional. Em nota enviada à FOLHA, o advogado informou que o ex-servidor adotou todas as medidas para não prejudicar a administração municipal. "Ele buscou junto ao secretário de Saúde a concessão de férias e licenças em atraso para dar o tempo mais do que necessário para análise dos pedidos de aposentadoria a que tinha direito". 

 

De acordo com o corregedor-geral do Município, Alexandre Trannin, a solicitação para Tanaka se aposentar foi negada pela Secretaria de Saúde pela importância da função dele na unidade básica Eldorado, zona leste da cidade. "O investigado resolveu viajar antes mesmo do resultado da análise. Há uma outra falha aí. Se você pede para se aposentar, não é garantia de que irá realmente se aposentar. Desde a data da viagem, em dezembro de 2018, até a conclusão da nossa apuração, foram mais de 570 faltas", disse. 

O defensor do profissional contesta a versão da Corregedoria. "Demorou mais de um ano para que os pedidos saíssem da mesa da Secretaria de Saúde, mas isso foi propositalmente ignorado pelo Município em sua decisão, punindo injustamente um servidor que se dedicou mais de 20 anos no serviço público de forma irrepreensível. As medidas legais serão tomadas". O decreto de demissão, assinado pelo prefeito Marcelo Belinati (PP), saiu na edição da última segunda-feira (22) do Jornal Oficial. 

Segundo Trannin, o médico alegou que viajou para fora do Brasil para fazer um curso. "É preciso obedecer a uma série de regras quando se afasta do trabalho, ainda mais na esfera pública. O certo é pedir uma licença remunerada, por exemplo. Isso até chegou a ocorrer, mas a secretaria responsável negou. Mesmo assim, a ordem de continuar trabalhando foi desobedecida", completou.  

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