Brasília, 08 (AE) - O PSDB foi buscar hoje o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso para tentar eleger este ano pelo menos um terço das 5.513 prefeituras. A estratégia tucana é fortalecer o partido e fazer o sucessor do presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002. Durante almoço no Palácio da Alvorada com seis governadores e a executiva nacional do partido para o lançamento dos Cadernos 45 - uma publicação mensal que divulgará as ações tucanas nos governos federal e estaduais, Fernando Henrique atacou os críticos do PSDB. "Dizem que o nosso partido é fraco, mas ele é fortíssimo", discursou. No encontro, o presidente do PSDB, senador Teotônio Vilela (AL), disse que o objetivo dos tucanos é pular das atuais 1000 prefeituras em todo o Brasil, para 1.500 a 2000 municípios.
Após o almoço, os tucanos reuniram-se num auditório do Hotel Nacional para a apresentação do primeiro número dos Cadernos 45 que tem como tema a educação e a gestão do ministro Paulo Renato. Os dois eventos tucanos transformaram-se num ato em resposta ao PFL. Na semana passada, o vice-presidente Marco Maciel (PFL) descartou qualquer possibilidade de seu partido apoiar uma eventual candidatura presidencial do ministro da Saúde, José Serra, além de afirmar que o PFL terá candidatura própria. Os pefelistas estão empolgados com o bom índice nas pesquisas da governadora do Maranhão, Roseana Sarney.
"Vamos dizer que precisamos de mais prefeituras em 2000 e de mais governos e de mais uma presidência tucana em 2002", disse Teotônio, sendo aplaudido pelos caciques do PSDB, incluindo os ministros e governadores do partido, com a exceção de Almir Gabriel (PA), que se recupera de uma cirurgia.
Na noite anterior, o ministro Paulo Renato antecipou o teor do encontro de hoje: "Vamos ter um desempenho nas eleições municipais bem melhor e chegaremos em 2002 em condições de eleger o sucessor do presidente Fernando Henrique Cardoso, pois teremos os resultados dos avanços econômicos e sociais do País."
O governador de São Paulo, Mário Covas, foi irônico ao comentar as declarações de Maciel. "Realmente eu deveria ter prestado atenção no fato, porque Marco Maciel fala tão pouco, que quando fala é para a gente prestar atenção; mas na verdade passou despercebido o que ele disse", declarou Covas. O líder do partido na Câmara, Aécio Neves, atacou os pefelistas. "Já que eles lançaram uma candidatura própria, ficamos livres para fazer o nosso próprio caminho", avisou.
A idéia do partido é usar as cartilhas como instrumento para combater as críticas de que o governo do presidente Fernando Henrique não se preocupa com o social. "Formamos um governo de aliança, mas é o PSDB que realça o compromisso social-democrata do presidente Fernando Henrique", avisou Teotônio Vilela. "Vamos dar armas aos nossos militantes para que possam levar para as eleições municipais desse ano a certeza de que esse governo se preocupa com o social", reforçou Paulo Renato.