São Paulo, 10 - A Starmedia, um dos grandes provedores de acesso à Internet no Brasil, não se opõe à gratuidade do serviço que vem aumentando no mercado nas últimas semanas. O diretor-geral da Starmedia do Brasil, Pyr Marcondes, admitiu mesmo que o acesso gratuito vai crescer muito, como está acontecendo nos Estados Unidos e já ocorreu na Inglaterra.
"O acesso gratuito ainda é um fenômeno muito recente", disse Marcondes. "Há uma tendência forte na Europa, embora o provimento pago ainda seja a maior fatia do mercado", observou. "Na Inglaterra, no entanto, o acesso gratuito já é maioria esmagadora".
Para Marcondes, os Estados Unidos também vão passar por esse processo. "Não é possível que, em um mercado aonde se defenda tanto o interesse do consumidor, tendo a possibilidade do acesso gratuito, se continue pagando", disse.
O Brasil, segundo Marcondes, se espelhou no modelo americano de provimento de acesso pago, mas, porque é um mercado muito jovem, pode caminhar mais rápido. "O acesso gratuito vai crescer muito", afirmou. "Mas não estou sacramentando o fim do acesso pago", acrescentou.
A Starmedia, por exemplo, ainda não tem planos de oferecer acesso gratuito. A maior parte da receita da empresa vem do comércio eletrônico e da publicidade. Apenas no Brasil, Argentina e México a Starmedia decidiu entrar na área de provimento de acesso. Na Espanha e Chile, por exemplo, atua somente na oferta de conteúdo.
"O mercado está seguindo alguma coisa que a Starmedia já previa", afirmou Marcondes. "Exatamente porque não colocamos muitas fichas no mercado de acesso, estamos mais tranquilos", disse. A Starmedia, listada na Nasdaq, vai divulgar o balanço nas próximos semanas.