Imagem ilustrativa da imagem Prova do PSS é aplicada em 30 cidades do Paraná
| Foto: Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress

Quase 40 mil candidatos participaram neste domingo (10), em 30 cidades do Paraná, da prova do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para concorrer a uma vaga de professor temporário na Seed (Secretaria de Estado da Educação). A aplicação da prova presencial era alvo de ações judiciais que pediam sua suspensão por riscos de aglomeração em plena pandemia. O sindicato da categoria defendia a seleção por meio de análise de títulos e certificados, assim como nos anos anteriores.

Formado em pedagogia há dois anos, Daniel Marcelo dos Reis atua como agente de saúde. Ele fez a prova no Colégio Vicente Rijo e concluiu as 40 questões pouco depois das 16 horas. Para ele, a prova é necessária. "É importante porque dá chance aos que estão começando, como é o meu caso. Quem tem mais tempo, bagagem, horas e títulos acaba levando vantagem e por meio da prova. Penso que é mais democrático e abre oportunidades. Sobre a organização, Reis considera que até surpreendeu. "Os grupos entravam a cada 15 minutos, a divisão das salas foi bem feita e toda parte de higiene também foi seguida à risca: álcool em gel, banheiros, sabonete, distanciamento e água", cita.

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| Foto: Walkiria Vieira - Grupo Folha

Já a professora Rosane Maria dos Santos, que atua na rede estadual e municipal é contrária à necessidade de realização de prova. "É apenas um contrato temporário, não tem fundamento essa prova e o valor que pagamos por ela, R$60 reais, não condiz com realidade que estamos vivendo", critica. Atualmente, Santos leciona na em uma EJA (Educação para Jovens e Adultos) na região norte de Londrina para o 6º e 7º anos. "A prova não estava fácil e como não pudemos anotar gabarito ou ficar com o caderno, não vai ter como conferir nada. E esperar o resultado sem qualquer segurança. Segundo o edital, a experiência e os títulos vão somar na pontuação, mas não será como nos outros anos, que era bem mais prático", opina.

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| Foto: Walkiria Vieira - Grupo Folha

Adaptado ao novo normal, o professor de matemática Matheus Feliciano considera que a prova estava dentro do esperado. Morador de Marilândia do Sul, atua como docente no Ensino Fundamental e Médio em uma escola particular em Apucarana. No mercado há oito anos, conta que também já atuou como professor contratado temporariamente. "De 2013 a 2017 fui PSS e cheguei a dar aula ao mesmo tempo no estado e no particular. Eu decidi me inscrever e fazer a prova porque tenho planos de me mudar para Londrina. Caso eu seja contemplado com a vaga, será uma oportunidade também de procurar espaço em escolas de Londrina", pensa. Em relação às medidas sanitárias, o candidato considera que a unidade onde prestou, o Colégio Hugo Simas, ofereceu todas as condições de higiene. "As pessoas estavam bem conscientes, respeitando as regras de inclusive fazer a prova com a máscara", acrescenta.

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| Foto: Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress

O presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão, criticou a realização da prova. "Acompanhei a entrada e a saída de vários candidatos em escolas diferentes e a não entrega do gabarito foi um questionamento geral. Fui me informar com um fiscal em um das escolas e ele informou que no final da semana passada foi incluído um adendo ao edital informando dessa proibição - de destacar o gabarito". Do ponto de vista de Leão, isso depõe contra a credibilidade do teste seletivo. "A desconfiança sobre fraude é geral", expõe. Leão também considera desnecessária a seleção com uma prova . O PSS já tem à disposição um grupo de 20 mil profissionais capacitados e outra falha do governo ao insistir nisso é o fato de estarmos na pandemia. Muitos professores simplesmente estão condenados ao desemprego porque são do grupo de risco e não foram fazer a prova, outros estão internados com Covid-19 e essa decisão do atual governo vai contra todas as políticas mundiais de proteção ao emprego durante a pandemia", diz.

Segurança Sanitária

Em Londrina, as provas foram realizadas nos colégios Vicente Rijo, Marcelino Champagnat, Benedita Rosa Rezende, Maria do Rosário Castaldi, Gabriel Martins, Hugo Simas, Ieel, José de Anchieta, Nossa Senhora de Lourdes, Olímpia de Moraes Tormenta e Polivalente. Com o objetivo de garantir o distanciamento físico, de 1,5m entre os candidatos em sala, a taxa de ocupação dos espaços foi reduzida de acordo com as dimensões e a quantidade de carteiras existentes nas salas. Foram selecionados locais com amplas janelas para favorecer a circulação de ar. As janelas permaneceram abertas durante todo o período de aplicação de provas, condicionada aos fatores climáticos. O uso de aparelhos de ar condicionado foi proibido.

Além disso, cada sala trazia a capacidade máxima do espaço e o quantitativo de pessoas alocadas naquele ambiente. A própria Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), órgão dotado de expertise para avaliar o cenário epidemiológico e sanitário, emitiu parecer favorável à realização da prova desde que adotadas as medidas sanitárias descritas no Protocolo de Segurança apresentado pela Secretaria de Educação. De acordo com a professora e chefe do Núcleo Regional de Educação de Londrina, Jéssica Elizabeth Pieri, tudo transcorreu dentro do planejado em relação ao ensalamento. "Do portão para dentro, tudo organizado e obedecemos todos os protocolos estabelecidos", destacou. A assessoria de imprensa da Seed também confirmou a atividade. "Candidatos respeitando as medidas", resumiu.

Medidas de prevenção

De acordo com o governo, além das salas com amplas janelas para favorecer a circulação de ar; a organização se atentou para a higienização de todo o ambiente, inclusive as carteiras (antes e depois do uso), os malotes e outros materiais de manuseio; verificação da temperatura corporal dos aplicadores e dos candidatos; observação do distanciamento físico; uso obrigatório de máscara; disponibilização de álcool gel, sabonete líquido e papel toalha nos banheiros e sacos plásticos transparentes individuais para descarte de material utilizado (lenços e máscaras usadas).

Outras provas

Assim como a prova do PSS dos professores, diversas outras avaliações presenciais como vestibulares estão programadas acontecer nesta e nas próximas semanas no cenário nacional e local. Nos dias 17 e 24 de janeiro, por exemplo, será realizado o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Somente no Paraná, são 233.247 inscritos segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).