Prova de Física da Fuvest exige mais "dedicação" dos candidatos
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quinta-feira, 06 de janeiro de 2000
Por Cristina Charão
São Paulo, 06 (AE) - No quarto dia de provas da segunda fase da Fuvest, o exame de Física, único realizado hoje, fez os alunos dedicarem muito tempo para responder as questões, consideradas mais trabalhosas que difíceis. Faltando 20 minutos para o fim do exame, a maioria deles ainda estava tentando resolver as questões. Nos dias anteriores, grande parte dos candidatos saía assim que o tempo mínimo de permanência em sala terminava, uma hora e meia depois do início da prova. O exame de Física é considerado um dos mais difíceis pelos alunos, mesmo antes da sua realização.
Os que saíam do prédio da Faculdade de Educação da USP estavam tão atordoados, após passar horas entre fórmulas e equações, que nem sabiam dizer se a prova estava realmente difícil. "Eu nem me lembro direito das questões", disse Ronaldo Alves, de 17 anos, candidato a uma vaga em engenharia, ainda na porta do prédio.
O supervisor da Fuvest José Coelho Sobrinho disse que a demora em sair da sala é normal entre os candidatos da área de exatas. "O pessoal sabe que consideramos tudo o que o aluno faz na prova e se preocupa em colocar todos os cálculos e raciocínios possíveis nas respostas", afirmou Coelho. "Um pequeno detalhe pode significar a classificação". A abstenção chegou a 9,03%. Tempo - A certeza de ter ido bem na prova de Física faz os candidatos ficarem bastante confiantes em relação à aprovação. O brasiliense Daniel Menon, que concorre a uma vaga em engenharia civil, saiu animado. "Acho que é pouco o tempo para responder à prova, mas fui bem", comentou. Daniel considerou o exame trabalhoso, o que, em sua opinião, vai ajudar na seleção dos futuros alunos.
Paciência para ler e reler os enunciados e fazer os cálculos corretos foi a receita de Roberto Baptista, de 17 anos, para responder às questões. "A interpretação das perguntas com certeza vai pesar na hora da correção", opinou. Clara Iwabe, de 27 anos, candidata a uma vaga no curso de meteorologia, disse não ter sido suficientemente paciente com algumas das questões. "Parei de estudar há algum tempo e ter de lembrar de tantas fórmulas me atrapalhou", disse a vestibulanda.