Protesto reúne mais de 10 mil pessoas
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sábado, 22 de junho de 2013
Érika Gonçalves<br>Reportagem Local
Milhares de londrinenses saíram às ruas ontem para protestar contra a PEC 37, projeto que tira os poderes de investigação do Ministério Público. Segundo a organização do evento, agentes da CMTU teriam estimado em 15 mil participantes. Pela página do Facebook, mais de 20 mil haviam confirmado presença.
Além dos jovens, muitos pais acompanhados de filhos adolescentes, crianças e até bebês participaram da caminhada, que saiu da concentração em frente ao Cine Ouro Verde às 14h15, caminhou pela Avenida Higienópolis e, até o fechamento da edição, seguia pela Avenida Madre Leônia Milito, de onde deveria caminhar pela Avenida Ayrton Senna, Rua Humaitá, Avenida Higienópolis novamente, Avenida J.K. e se encaminhar para o anfiteatro do Zerão, onde deveriam ser feitas discussões sobre a PEC 37.
Como em outras ocasiões, muitos também empunhavam cartazes defendendo outras causas, como o fim da corrupção e melhorias na saúde, educação e segurança. Quando os manifestantes chegaram à rotatória das Avenidas Higienópolis e J.K., um grupo dissidente fez o contorno e retornou ao Calçadão, até se concentrar na Concha Acústica. Ainda na concentração, um grupo tentou convencer os manifestantes a seguirem para a prefeitura, mas desistiu diante da baixa adesão.
No caminho, diversas pessoas foram se juntando à multidão e muitos moradores ficaram nas janelas dos edifícios empunhando cartazes e bandeiras. Vendedores ambulantes aproveitaram para tentar vender apitos, cornetas e bandeiras. Dois agentes da CMTU davam apoio bloqueando a passagem de veículos e nenhum policial foi visto em todo o percurso.
Durante a concentração no Ouro Verde, o promotor Cláudio Esteves destacou que o Ministério Público apoia o movimento, mas que não havia influenciado no tema da manifestação. "Não queremos subtrair o controle. Estamos à disposição para inclusive falar sobre a PEC 37 no final, mas não estamos organizando o movimento." Segundo ele, ainda não é possível ter certeza de que a emenda não será votada na próxima quarta-feira, dia 26, como havia sido previamente estabelecido. "Tudo pode acontecer, podem resolver votar de surpresa. Pra nós seria bom que fosse votado agora."
Gabriella Salgado, da comissão organizadora disse que o objetivo maior é protestar contra a emenda constitucional, mas que não é momento de enfraquecer, principalmente depois do pronunciamento da presidente Dilma Housseff, na noite de sexta-feira. "Vamos cobrar o petróleo para a educação e é preocupante a importação de médicos cubanos", afirmou.
Entre os manifestantes, a ideia geral é de que a presidente acabou não dizendo nada de concreto. "Ela usou da política da boa vizinhança, falou o que as pessoas querem ouvir. Houve avanços mas ainda há muito a ser feito. Ela disse sobre usar o dinheiro do petróleo, mas para isso terá que mudar a elite política", destacou o casal Glauco Marighella, geógrafo, e a professora Lílian Gavioli.
Até o fechamento da edição, nenhum incidente havia sido registrado.
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