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Propriedade rural tem metade do rebanho furtado em 50 dias

Furtos aconteceram em Jaguapitã, na Região Metropolitana de Londrina, em uma propriedade que produz laticínios orgânicos

ATUALIZAÇÃO
23 de outubro de 2023

Simoni Saris - Grupo Folha
AUTOR

Sem policiamento ostensivo na zona rural, o furto de gado de corte é um crime relativamente frequente nas propriedades paranaenses, mas mais recentemente, produtores de leite da Região Norte começaram a enfrentar o mesmo problema. Em Jaguapitã (Região Metropolitana de Londrina), a Estância Baobá teve 14 vacas furtadas em duas ocorrências registradas em menos de dois meses. Os crimes ameaçam a continuidade da produção de laticínios, atividade que já rendeu prêmios aos proprietários pela qualidade dos queijos, requeijão e manteiga orgânicos fabricados artesanalmente.

O primeiro furto aconteceu em 30 de agosto e os criminosos levaram sete vacas da raça jersey, sendo cinco delas em lactação. Na última quinta-feira (19), o alvo do furto foram sete vacas prenhes. Os 14 animais representam metade do rebanho criado na propriedade rural.

A Estância Baobá é administrada pelo casal Samuel e Lívia Trevisan, que têm conquistado notoriedade em razão dos prêmios recebidos. Lívia acredita que essa visibilidade tenha contribuído para colocar a propriedade rural na mira dos criminosos. “A gente acha que foram furtos encomendados”, comentou.

Os ladrões de gado agem durante a noite e a suspeita de Trevisan é de que eles tenham utilizado uma estrada rural para transportar os animais sem chamar a atenção. O casal teve acesso às imagens das câmeras de segurança instaladas em estabelecimentos comerciais de duas cidades vizinhas por onde, obrigatoriamente, os criminosos deveriam passar, mas não há registros. Em frente à entrada da propriedade há um estabelecimento comercial, mas as câmeras de segurança não captaram a movimentação dos bandidos.

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A Patrulha Rural da Polícia Militar foi acionada e boletins de ocorrência foram registrados na Polícia Civil, mas até agora, não houve uma resposta das autoridades policiais para o caso. “A Patrulha Rural disse que não poderia vir antes de seis horas. Eles não têm efetivo e acredito que por isso, pouco será feito”, disse Trevisan.

“Nosso rebanho é muito pequeno, a propriedade é muito pequena. E levaram metade do rebanho. No primeiro furto, nossa produção caiu pela metade. A gente continua entregando os queijos frescos, mas não consegue fazer tudo. E a gente também não consegue mais fazer os queijos maturados. Isso vai ter impacto na nossa produção do final do ano. Vai ficar difícil a produção de dezembro e janeiro”, lamentou a proprietária da estância.

Depois da primeira ocorrência, em agosto, foi organizada uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para a instalação de dispositivos de segurança na propriedade rural. O orçamento mais em conta ficou em R$ 20 mil. Mas antes mesmo de alcançar a meta, os ladrões agiram novamente.

A arrecadação acontece no site www.vakinha.com.br e os interessados em colaborar podem procurar pelo título “Uma vakinha para outra vaquinha” ou pelo ID 4103397.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e a Polícia Militar, mas não obteve resposta.

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