Projeto reivindica delegacia de crimes virtuais em Londrina
Pedido protocolado na Sesp destaca o agravamento do número de casos de crimes cibernéticos no Estado nos últimos dois anos
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
Pedido protocolado na Sesp destaca o agravamento do número de casos de crimes cibernéticos no Estado nos últimos dois anos
Simoni Saris - Grupo Folha
Um processo protocolado na Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) no Paraná pede a criação, em Londrina, de uma delegacia especializada no combate a crimes cibernéticos. A reivindicação foi feita em nome do Projeto Segurança na Rede e tem como justificativa o aumento expressivo de crimes virtuais a partir de 2020. A pandemia fez crescer a quantidade de pessoas circulando em ambientes virtuais e esse avanço da inclusão digital pode estar entre as causas da alta do número de vítimas dos cibercriminosos. No entanto, em todo o Estado, há apenas um órgão especializado nesse tipo de delito, instalado em Curitiba.

De 2019 para 2021, os crimes digitais cresceram 325% no Paraná, conforme levantamento do Nuciber (Núcleo de Combate aos Cibercrimes) publicados em matéria recente da FOLHA. Em 2019, o órgão registrou quatro mil boletins de ocorrência. No ano seguinte, o número dobrou, chegando a oito mil e, em 2021, foram quase 17 mil. Segundo o núcleo, a maior parte dos crimes, correspondente a cerca de 75% do total de casos, é de estelionato, mas há ainda os crimes de falsa identidade, exploração sexual, contra a honra, entre outros. O número de crimes, porém, pode ser maior, uma vez que nem todas as vítimas relatam a ocorrência à polícia.
Coordenador do Projeto Segurança na Rede, o advogado especialista em direito digital e crimes cibernéticos Fernando Rodrigues Peres é quem assina o pedido protocolado na Sesp e, em sua justificativa, além de destacar o agravamento do número de casos de crimes cibernéticos no Estado, o autor destaca que o Nuciber atende apenas ocorrências de Curitiba, além de auxiliar os demais órgãos da Polícia Civil do Estado. Os moradores de Londrina e região vítimas de crimes dessa natureza, ressaltou o advogado, têm de recorrer a delegacias não especializadas. Segundo Peres, a unidade de Londrina atenderia mais de 30 municípios paranaenses.
O advogado salientou que o pedido feito à Sesp não está relacionado à competência ou capacidade da polícia, mas de se ter um local especializado em crimes cibernéticos e que sirva de referência às vítimas. “Por não ter (um local de referência), acaba ficando bastante dependente do Nuciber, que auxiliar os policiais do Paraná todo. Estamos em um momento delicado no que se refere aos crimes cibernéticos.”
A reivindicação feita oficialmente à Sesp, disse Peres, é o primeiro registro formal para que seja viabilizada. “A partir de agora, vamos buscar o apoio formal e informal de entidades, órgãos públicos de Londrina, para reiterar essa necessidade. Talvez necessite o auxílio da Assembleia Legislativa. Não tenho a pretensão de que seja viabilizado de um dia para o outro.” Uma delegacia especializada, ressaltou ele, atuaria não apenas na repressão, que ganharia mais agilidade, mas também na prevenção dos cibercrimes, com orientação à população.
A assessoria de comunicação da Sesp informou que protocolo foi encaminhado na manhã de sexta-feira (26) para o Departamento da Polícia Civil.
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