Mais de 150 professores e funcionários da rede estadual de ensino permanecem em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba, enquanto aguardam novas rodadas de negociação e respostas para a lista de reivindicações feitas pela categoria ao governo do Estado. A principal delas é a revogação do edital para a contratação temporária de profissionais da educação por meio do PSS (Processo Seletivo Simplificado).

Imagem ilustrativa da imagem Profissionais da educação aguardam novas rodadas de negociação
| Foto: Divulgação / APP-Sindicato

Cerca de 17 mil profissionais já se cadastraram no site até a manhã desta sexta-feira (20) para concorrer a uma das 4 mil vagas ofertadas inicialmente. O prazo de inscrições termina na segunda-feira. O edital estabelece a realização de uma prova presencial no dia 13 de dezembro. O exame será aplicado simultaneamente em 30 cidades que possuem sede do Núcleo Regional de Educação. Mesmo aprovados, candidatos que fazem parte do grupo de risco terão que aguardar o fim da pandemia para assumir as vagas.

A realização das provas presenciais e o risco de contágio pelo novo coronavírus preocupam os profissionais da educação, bem como o desemprego ocasionado pelo fim dos atuais contratos temporários e a impossibilidade de assumir as novas vagas durante a pandemia.

A diretora da APP-Sindicato, que representa a categoria, Walkiria Mazeto, destacou que os profissionais aguardam respostas e a continuidade das negociações. Nesta quinta-feira, representantes do governo do Estado se comprometeram a complementar a folha de pagamento dos funcionários que recebem abaixo do salário mínimo regional (R$ 1.383,80) e conversaram sobre a possibilidade dos pagamentos das progressões e promoções, já liberados para outras categorias de servidores do Estado. Nesse último item, não houve acordo.

Representantes dos profissionais da educação também cobraram a realização de concurso público. “Até tínhamos constituído uma comissão para iniciar esse debate, mas, por conta da pandemia, acabou sendo suspensa. Mas outros concursos de outros segmentos acabaram caminhando na organização. O que a gente cobrou do governo é que não houve um empenho para deixar tudo pronto para a realização desse concurso”, afirmou. O sindicato reforçou ainda o pedido para a prorrogação dos atuais contratos temporários.

A insatisfação com o edital do PSS foi motivo de protestos realizados em várias cidades do Paraná. Nesta semana, um grupo acampou no Centro Cívico, em Curitiba, e ocupou parte do prédio da Assembleia Legislativa do Paraná. Após uma liminar que determinou a reintegração de posse do imóvel e estabeleceu multa diária aos manifestantes, o protesto permanece em frente ao Palácio Iguaçu. Conforme a APP-Sindicato, 47 profissionais estão em greve de fome.

Em Londrina, os profissionais da educação realizam manifestações em frente a sede do Núcleo Regional de Educação. Em todo o Paraná, a categoria pede a saída do atual secretário estadual de Educação, Renato Feder. Mais de 40 entidades estaduais e nacionais assinaram manifesto em apoio ao protesto.

“Fomos obrigados a quebrar o isolamento. Boa parte das pessoas que estão aqui corre o risco de perder o emprego no ano que vem. Temos mantido um distanciamento, álcool em gel e todos os cuidados possíveis para poder empreender essa luta, mas essa luta nesse momento é pelo trabalho. É pela sobrevivência dessas pessoas”, frisou.

A assessoria da Seed-PR (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte) informou que o processo seletivo está mantido e as inscrições permanecem abertas até segunda-feira. A reportagem não conseguiu contato com representantes da Casa Civil para questionar sobre os demais itens da pauta de reivindicações.