Belo Horizonte, 29 (AE) - Os professores municipais de Belo Horizonte decidiram hoje continuar a greve deflagrada no início da semana, depois de mais uma reunião frustrada com a Prefeitura da capital. Segundo o comando de greve da categoria, a Prefeitura manteve a proposta de reajuste enviada em forma de projeto de Lei à Câmara Municipal, na qual os docentes teriam incorporado aos salários abono de 9,22%, pago desde 1997.
Os professores reivindicam 26,19%, referentes a perdas entre maio de 1996 e abril deste ano. O secretário de governo, Paulo Lott, que discutiu o assunto com uma comissão de grevistas
também reafirmou a intenção de pagar 5% a mais nos salários da categoria para compensar o aumento, no mesmo percentual, da contribuição previdenciária do funcionalismo, que passa de 6% para 11%. "Para nós, isso significa que a Prefeitura está dando com uma mão e tomando com a outra", disse Nivaldo Arruda, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino da capital.
Para que houvesse a reunião, o prefeito Célio de Castro (PSB) exigiu que os grevistas saíssem do hall de entrada da Prefeitura, onde estavam acampados desde ontem. Eles transferiram o acampamento para fora do prédio, mas prometeram continuar uma vigília enquanto a situação não se resolver. Com o impasse, cerca de 170 das 177 escolas municipais permaneceram fechadas e mais de 170 mil dos 200 mil alunos, sem aulas.
Contagem - Também os professores de Contagem, região metropolitana, ficaram de braços cruzados hoje, na paralisação de advertência da categoria, que vai até sexta-feira. Os docentes reivindicam 35% de aumento salarial, mas o prefeito Paulo Mattos oferece reajuste de 11%. Todos os 80 mil alunos das 70 escolas do município ficaram sem aulas.