Os professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina) realizam nesta quarta-feira (5) uma assembleia geral para votar uma paralisação no dia 11 de abril. O encontro já faz parte do calendário de atividades do Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região), mas foi adiantado por conta do anúncio da reposição salarial de 5,79% feito pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), na última sexta-feira (31).

De acordo com o Sindiprol/Aduel, o valor está muito abaixo da defasagem salarial, estimada em 42%. A assembleia também será realizada nas outras seis Iees ( Instituições Estaduais de Ensino Superior do Paraná).

Guilherme Bernardi, jornalista do Sindiprol/Aduel, seção sindical que representa docentes da UEL e da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná), explica que neste ano já foi realizada uma assembleia e uma paralisação no dia 15 de março. Segundo ele, o objetivo da mobilização é, novamente, reivindicar os 42% de perda salarial acumulados em um período de sete anos por conta da não reposição da inflação.

O jornalista afirma que a assembleia seria marcada em outra data durante o mês de abril. Entretanto, segundo ele, o adiantamento é uma reação ao anúncio feito pelo governo do Paraná na última sexta-feira (31), que definiu uma reposição salarial de 5,79% à categoria. “Além de [ser uma reposição salarial] muito baixa, ela também foi definida de forma unilateral, sem negociação, reunião ou conversa com os professores, sendo anunciada via Agência Estadual de Notícias”, explica.

Ele acrescenta que a previsão do governo do Estado é de que o projeto vá para votação na Assembleia Legislativa em julho e que seja aprovado e implementado apenas em agosto, sendo que a data-base da categoria é no dia 1° de maio. Segundo Bernardi, logo após a notícia da reposição salarial, representantes das sete universidades do Paraná se reunirame definiram as datas, tanto de assembleia quanto de paralisação.

O jornalista explica que, durante a assembleia, a paralisação será votada e também será discutida a proposta de reposição salarial. “A proposta vem depois de vários anos e dessa forma: via mídia, unilateral, sem mesa de negociação e muito abaixo do percentual de defasagem”, ressalta.

A assembleia é aberta à comunidade e será realizada a partir das 13h20 no Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH). Em relação à paralisação, professores da UEL, tanto ativos quanto aposentados poderão votar pela interrupção das atividades. No decorrer do encontro, também será definido se haverá manifestações e protestos na universidade ou em outro ponto da cidade no dia 11 de abril.

Segundo Guilherme Bernardi, o valor gerou muito descontentamento na categoria. Ele afirma que os “professores não são contra a proposta, mas é que ela está muito abaixo da expectativa”. O jornalista também ressalta que, durante a campanha eleitoral de Ratinho Júnior para o seu primeiro mandato, ele fez a promessa de que iria fazer um plano de negociação salarial com os professores. “Porém, desde que assumiu, ele nunca realizou uma mesa de negociação com a categoria”, finaliza.

SERVIDORES

O Sindicato dos Servidores das Universidades Estaduais do Paraná manifestou em nota seu descontentamento à proposta, dizendo que “a drástica perda salarial que já ultrapassa os 42% não pode ser amenizada por uma reposição de 5,79%”. A nota afirma que, mais uma vez, os servidores estaduais do Paraná “são desrespeitados em seus direitos, sofrendo evidente desvalorização de seus salários”.

SETI

A reportagem entrou em contato com a Seti (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná), que informou em nota que “vem discutido com lideranças e sindicatos unificados que representam professores e funcionários e dos sindicatos de representação dos docentes as pautas que envolvem as categorias”. Sobre a reposição salarial, a Secretaria afirma que “a questão está sendo estudada entre as demais áreas do Estado, uma vez que demanda avaliação orçamentária”. A Seti também acrescenta que o “diálogo segue aberto”.

Para servidores e professores da UEL, defasagem salarial da categoria está estimada em 42% bem acima do reajuste de 5,79% oferecido pelo governo
Para servidores e professores da UEL, defasagem salarial da categoria está estimada em 42% bem acima do reajuste de 5,79% oferecido pelo governo | Foto: Roberto Custódio
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