Professores da UEL fazem assembleia para decidir sobre deflagração de greve
Sugestão do Sindiprol/Aduel, que será votada pelos docentes, é de paralisação por tempo indeterminado
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 03 de maio de 2023
Sugestão do Sindiprol/Aduel, que será votada pelos docentes, é de paralisação por tempo indeterminado
Douglas Kuspiosz - Especial para a FOLHA
Professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina) vão se reunir nesta quinta-feira (4), a partir das 13h30, no anfiteatro maior do CLCH (Centro de Letras e Ciências Humanas), para votar se entram em greve. A sugestão do Sindiprol/Aduel, que será apreciada pela base, é de paralisação por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (8).
Os docentes das IEES (Instituições Estaduais de Ensino Superior) já interromperam as atividades durante um dia nos meses de março e abril, mostrando descontentamento com a defasagem salarial. A categoria cobra uma recomposição salarial da ordem de 42%, percentual referente à data-base acumulada dos últimos sete anos.
Ainda em março, o governador Ratinho Jr. (PSD) anunciou um reajuste geral de 5,79% para todos os 271 mil servidores ativos e inativos do Paraná - valor a ser pago a partir do mês de agosto.
O presidente do Sindiprol/Aduel, César Bessa, explica que a sugestão da entidade sindical, de greve a partir de segunda-feira, foi consolidada após reunião com o comando de mobilização, grupo de professores que se formou nos atos anteriores.
“Os professores reunidos decidirão se vão deflagrar ou se não vão deflagrar a greve. Essa é a questão. Se não deflagrar, vão ter que pelo menos apontar, então, quais outros caminhos a gente deve seguir na luta, pela questão da defasagem salarial, que já está no patamar de 42%”, disse Bessa.
Segundo o presidente, essa sugestão também está acompanhada pelas direções do Comando Sindical Docente, que é formado pelos sindicatos de professores das sete universidades estaduais do Paraná. Ou seja, a tendência, em caso de deflagração, é de um movimento unificado entre as instituições.
Bessa também ressalta que o único diálogo que está ocorrendo é entre o FES (Fórum das Entidades Sindicais do Paraná) e as lideranças do governo. Mas, nada foi indicado até o momento.
“Nós mandamos ofício, já estamos desde o começo do ano tentando conversar com o governo e o governo não abre diálogo conosco. Não tem diálogo conosco, não conversa com os docentes. Há uma recusa no processo de negociação”, revela o presidente. “A greve é um instrumento de negociação, não é um instrumento de destruição. Quando uma das partes não quer conversar, a greve é um caminho para que haja diálogo.”
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Procurada pela reportagem, a Seti (Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná) afirmou, em nota, que a pasta tem discutido as pautas que envolvem professores e funcionários das universidades estaduais com lideranças e sindicatos que representam as categorias. “A proposta apresentada para reposição salarial foi encaminhada para avaliação das demais áreas do Estado, uma vez que envolve aspectos orçamentários. O diálogo segue aberto”, concluiu.
PLANO DE CARREIRA
Ainda em abril, uma assembleia do Sindiprol/Aduel debateu a minuta do plano que altera a carreira de docentes e técnicos universitários. O documento foi elaborado pelo Cruep (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paranaenses) e encaminhado à Seti. Na ocasião, os professores aprovaram o encaminhamento de aguardar uma proposição oficial por parte do Governo do Estado. Segundo Bessa, esse assunto ainda não andou.
“Saiu da Seti, foi para a Seap [Secretaria da Administração e da Previdência] e não chegou na Sefa [Secretaria da Fazenda]. Pelo que temos de informação, está estacionado”, disse o presidente. “Não tem nada, completamente nada a respeito.”
CALENDÁRIO
A tendência é que, caso a greve seja aprovada na UEL, o sindicato já paute, junto à administração, a suspensão do calendário acadêmico. “É o passo seguinte”, declarou Bessa.
Além disso, o presidente do Sindiprol/Aduel acredita que um eventual movimento grevista deve ter adesão dos professores, já que é possível perceber um "descontentamento muito grande da categoria”. “Isso está se refletindo nas assembleias, o volume de pessoas nas assembleias tem aumentado”, completa.
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