O professor de 55 anos que havia sido preso na última segunda-feira(10) suspeito de injúria racial contra duas alunas do Colégio Estadual Olavo Bilac, no centro de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), conseguiu a liberdade na noite de terça-feira (11), após passar por audiência de custódia. Na decisão, a juíza substituta da Vara Criminal, Paula Andrea Samuel de Oliveira Monteiro, deu autorização para que o docente saísse da cadeia, no entanto, impôs medidas cautelares, atendendo pedido do MP-PR (Ministério Público do Paraná).

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O servidor público terá que comparecer mensalmente em juízo para informar as atividades, manter o endereço atualizado, está proibido de ficar fora de Ibiporã por mais de oito dias e de manter contato com as supostas vítimas e seus familiares e teve o exercício da função suspenso, sem prejuízo dos salários. Ou seja, ela não poderá dar aulas, porém, está autorizado a trabalhar em setores administrativos.

"Com efeito, da análise das informações processuais do autuado, verifica-se que esse é primário, não possui antecedentes criminais, tampouco registra ações penais ou inquéritos policiais em curso. Outrossim, não obstante a especial reprovabilidade do suposto delito, não se evidenciou circunstâncias fáticas que, por si só, demonstrem a periculosidade social do autuado e o risco do seu estado de liberdade", destacou a magistrada, que apontou que a prisão em flagrante cumpriu todos os requisitos necessários.

De acordo com o que foi relato no BO (Boletim de Ocorrência), o professor teria ofendido duas alunas durante a aula com falas racistas e xingamentos, o que foi registrado em áudio por outro estudante e em vídeo pelas câmeras de segurança da instituição de ensino. No boletim ainda foi ressaltado que o docente teria dito que era racista e que não seria o primeiro episódio envolvendo a questão racial que aconteceu com o profissional, fato que foi confirmado pela FOLHA com cinco alunos que têm ou já tiveram aula com ele.

Em nota, a Seed (Secretaria de Estado da Educação) afirmou que o Núcleo Regional de Educação está acompanhando o caso e que deve abrir uma sindicância. “A Secretaria de Estado da Educação reforça que são inadmissíveis, no ambiente escolar, discursos violentos e/ou discriminatórios e que qualquer incitação ao racismo, homofobia e quaisquer outras formas de preconceito é incisivamente combatida em toda a comunidade escolar do Paraná”. O professor faz parte do quadro funcional do Estado desde 1996.

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