Um professor de uma escola estadual de Tapira (Noroeste) foi afastado por suspeita de assédio sexual contra pelo menos três estudantes. O homem era docente do Colégio Estadual São José e foi afastado de suas funções após pedido do Ministério Público por meio da Promotoria de Justiça de Cidade Gaúcha nesta quarta-feira (16). Segundo o MP, os crimes estariam acontecendo já há alguns anos contra diversas estudantes.

Além de estar afastado das funções, o homem também está proibido de ir até o colégio onde os casos aconteceram. De acordo com o MP, ele é suspeito de importunação e assédio sexual contra, ao menos, três adolescentes que estudavam no local. O MP abriu um canal para receber denúncias de possíveis outras vítimas do professor, que podem ser feitas através do telefone (44) 3675-1200 e do e-mail [email protected].

Segundo o MP, por envolver vítimas menores de idade, o processo tramita em sigilo, mas os fatos “indicam que o professor, no exercício e valendo-se de sua função pública, constrangia e intimidava as meninas com falas, gestos e toques”.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Seed (Secretaria Estadual de Educação) informou que já estava ciente do caso desde maio, assim como o Núcleo Regional de Educação de Umuarama. Segundo a pasta, foi instaurado um “Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o servidor, além de proceder com abertura de processo de sindicância sobre os fatos denunciados”. Acrescentou que vai colaborar com as autoridades “para os devidos encaminhamentos legais”.

Além desse caso, o Ministério Público do Paraná denunciou ao menos outros três professores por crimes de assédio sexual em escolas em 2023. Em abril veio à tona o caso de um professor de uma escola pública de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, que teria assediado sexualmente oito adolescentes entre 2021 e 2023.

Já em maio, um professor de Mauá da Serra (Norte) foi afastado por suspeitas de assédio sexual contra uma adolescente de 15 anos por meio de mensagens de textos.

Em Londrina, dois professores da rede estadual foram afastados de suas funções em junho após a família de uma aluna da instituição ter registrado um Boletim de Ocorrência em fevereiro. Também em nota, a Seed disse que foi aberta uma sindicância para apurar os fatos, que também são investigados pela Polícia Civil.

Procurada pela FOLHA, Margleyse dos Santos, secretária educacional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), disse que a entidade está iniciando um trabalho para registrar dados relacionados a esse tipo de caso.

Segundo ela, o tema da violência contra as mulheres requer uma atenção contínua, que é feito dentro do sindicado pelo Coletivo de Mulheres e por uma Secretaria da Mulher. Santos destaca que são feitos “debates e articulações para que nossos direitos enquanto mulheres sejam respeitados e garantidos”.