Um professor da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), nos Campos Gerais, foi exonerado em 9 de agosto após assediar sexualmente uma estudante. A informação foi divulgada pelo Portal G1. O docente trabalhava na instituição havia mais de dez anos. O caso aconteceu em julho do ano passado e o profissional estava afastado do cargo desde 8 de agosto de 2022, mas continuava recebendo o salário de quase R$ 11 mil.

De acordo com imagens do PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) aberto pela universidade e divulgado pelo G1, o professor chegou a perguntar o que a jovem queria para ter relações sexuais com ele.

A UEPG informou, por meio de nota, que ele estava afastado e que “uma comissão composta por professores efetivos da UEPG realizou a apuração” dos fatos relacionados ao caso. A demissão do professor foi publicada no Diário Oficial um ano e um dia após ele ser afastado da instituição.

De acordo com o governo do Paraná, o docente foi exonerado porque “infringiu com a sua conduta o disposto nos incisos VI e XIV do art. 279 c/c alínea “c” do inciso V do art. 293 da Lei nº 6.174, de 16 de novembro de 1970”, que trata da conduta dos funcionários públicos.

Segundo os prints das conversas obtidas pelo G1, o professor entrou em contato com a jovem por, supostamente, estar preocupado pelo fato de a vítima não estar indo às aulas. Depois, avisa que a jovem tirou uma nota baixa na prova e se oferece para mandar algumas questões por WhatsApp para que ela resolva e envie uma foto com respostas. A vítima responde apenas com um “entendi professor”.

Na sequência, ele encaminha uma série de mensagens como forma de chamar atenção da jovem. Ainda sem resposta, diz que a estudante o deixa excitado e a chama diversas vezes para sair. A vítima questiona se em algum momento deu liberdade para que o professor falasse dessa forma, no que ele responde que “entendeu errado”, pede desculpas e diz que vai excluir o número da estudante.

Também de acordo com a nota da UEPG, “o processo administrativo do professor foi analisado pelo Conselho Universitário (COU), composto por estudantes, professores, diretores de setor, servidores e representantes da comunidade, do governo do Estado, do município e de professores aposentados da instituição”. Por decisão unânime, o COU optou pela demissão do docente.

Sobre conversas entre alunos e professores fora da sala de aula, a instituição ressalta que estão disponíveis canais de comunicação como: e-mail institucional, ferramentas em plataformas on-line de educação a distância, como fóruns e chats, e Google Workspace. Ainda segundo a nota, a universidade “mantém ativa a campanha ‘UEPG está de olho’, iniciativa que atua contra todas as formas de assédio e discriminação na instituição”.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do professor.