São Paulo, 03 (AE) - Para alguns segmentos de transformação de plásticos, 2000 começa melhor do que 1999. É o caso das indústrias de ráfia de polipropileno, que em janeiro passado operavam com 45% de ociosidade da capacidade instalada para a transformação de 13 mil toneladas ao mês. Nesse início de ano, o segmento registra ociosidade entre 35% a 40% da capacidade. "Esse é o reflexo de dezembro do ano passado, que foi atípico, com muita atividade na produção de farinha e farelo de trigo, de ração animal e sal mineral", explica o diretor da Associação Brasileira dos Fabricantes de Fibras Poliolefínicas (Afipol), Carlos Eduardo Lima.
O consultor da Afipol, Jean Pierre Cazagou, afirma que a tendência é diminuir o ritmo de produção ainda este mês, por causa da sazonalidade. O segundo semestre é sempre mais aquecido do que o primeiro. Nos meses de agosto, setembro e outubro, por exemplo, a indústria de ráfia usa 85% da sua capacidade para atender a alta demanda do mercado de safras.
Ainda assim, a ocupação da capacidade instalada não chega aos 100%, porque o parque industrial de ráfia no País oferta 30% a mais do que a demanda interna, devido à substituição de antigas máquinas e equipamentos por outros, que oferecem melhor performance em escala de produção.
Jean Pierre avalia que o movimento inicial no ano tende a diminuir, também, por causa do acréscimo de 9% a 10% no preço das resinas, em função do aumento no custo da nafta. Ele diz que o reajuste do polipropileno (matéria-prima da ráfia) no ano passado foi de 80%, e que até agora a indústria conseguiu repassar apenas metade desse total. Não há previsão sobre quando poderão repassar a outra parte a seus clientes.
No Brasil, os segmentos que mais consomem sacaria de ráfia são o de fertilizantes (18%), açúcar (17%), farelo e farinha de trigo (24%).