Problemas no sistema de som comprometem evolução das escolas
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sexta-feira, 03 de março de 2000
Problemas no sistema de som comprometem evolução das escolas4/Mar, 15:13 Por Jobson Lemos São Paulo, 4 (AE)- O sistema de som do sambódromo comprometeu a evolução de todas as escolas que desfilaram pelo Grupo Especial, no primeiro dia de carnaval paulistano. Quandos os puxadores cumprimentavam o público, antes da entrada de cada agremiação na passarela, os alto-falantes das áreas de dispersão e concentração reproduziam suas vozes para, dois segundos depois os equipamentos no meio da avenida repeti-las. Em outros momentos, os microfones das baterias simplesmente não funcionavam. Integrantes das últimas alas de várias das escolas ouviram apenas os intérpretes. Tom Maior - O ponto forte da Tom Maior, que neste ano voltou ao grupo de elite, foi o samba, um dos melhores, cantado por Rixxa. Primeira a entrar na avenida, a escola pode ter prejuízo nos quesitos fantasia e alegorias e adereços. Ao sair do recuo, a bateria, que foi bem durante todo o desfile, comprometeu a harmonia. Após a exibição, a escola teve problema com as alas mirins. Sem identificação, várias crianças tiveram de ir para a delegacia acompanhadas do presidente da agremiação. Camisa - A segunda escola entrou com grande apoio do público, mas, da metade para o fim do desfile, a Camisa Verde e Branco não conseguiu manter a animação da platéia. Os carros da escola estão entre os com melhor acabamento da noite. Mas dois deles quase complicam o desfile. Manobras confusas e empurradores que não se entendiam quase levam os carros a bater no caminhão de som. Os dois sustos, porém, não prejudicaram a evolução e a harmonia. Mocidade - A Mocidade Alegre teve um sério problema com um de seus carros. Muito alto, ele ficou enganchado em uma luminária. Houve um princípio de incêndio, logo controlado, mas a harmonia foi prejudicada. A escola entrou na passarela com fantasias criativas, carros muito bem-acabados, um samba que conquistou o público e muita garra por parte de seus componentes. águia - A águia de Ouro fez um desfile que não empolgou o público. Os carros, bem-acabados, apresentavam efeitos de fumaça e luzes. Os componentes estavam muito animados, apesar da polêmica em torno do carro com uma escultura de Nossa Senhora - que virou índia - com um índio no colo, uma alusão à Pietà, de Michelangelo. Isso, entretanto, não diminuiu a apatia da platéia. Leandro - A comissão de frente da Leandro de Itaquera levantou o público. O primeiro carro tinha efeitos e as primeiras alas, muitas plumas. Depois, restou o refrão do samba. A bateria fez várias paradinhas malsucedidas. Atravessou várias vezes o ritmo. Os outros carros, com acabamento precário, tinham propaganda de lojas e de um político, o que prejudica o enredo. X-9 - A X-9 Paulistana espalhou o aroma do café pela avenida - por meio da fumaça que saía da "boca" de um bule, do carro abre-alas. Um dos grandes destaques da escola foi a bateria, a melhor da noite. A rainha da bateria, Luciana Sargentelli, também chamou a atenção pelo samba no pé. Gaviões - A Gaviões da Fiel empolgou a torcida quando o narrador oficial anunciou sua entrada. O refrão do samba foi cantado pelos torcedores do Corinthians, mas o andamento acelerado da bateria não deixou o resto da letra contagiar. Se brilhou nas fantasias e nos carros, os mais luxuosos da noite, a Gaviões pecou nos quesitos enredo e harmonia. Para representar a liberdade, a comissão, o 1.º carro e as primeiras alas traziam um sem-número de escudos do time.