São Paulo - O Brasil recebeu no último dia 4 o primeiro lote de vacinas contra a varíola dos macacos. São 9.800 doses, que serão utilizadas em um estudo para gerar novas evidências acerca da segurança, efetividade e imunogenicidade (capacidade de gerar uma resposta imune).

A vacinação, apontam os especialistas, é uma importante forma de prevenir a doença
A vacinação, apontam os especialistas, é uma importante forma de prevenir a doença | Foto: iStock

Ao todo, o Ministério da Saúde encomendou 50 mil doses por meio da Opas (Organização Pan-Americana para a Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) nas Américas. A expectativa era que 20 mil chegassem até setembro, mas o país recebeu menos da metade dessa previsão com a primeira entrega.

A reportagem questionou o ministério sobre a diferença entre a quantidade aguardada e a entregue, porém não recebeu resposta.

Alguns sintomas iniciais da varíola dos macacos são febre, mal-estar e dores no corpo. Após isso, é comum o aparecimento de lesões. A transmissão ocorre principalmente no contato com essas feridas. Embora mais raras, outra forma de transmissão é por vias aéreas.

A vacinação é uma importante forma de prevenir a doença. No caso do Brasil, a Jynneos, fabricada pela farmacêutica Bavarian Nordic, foi o imunizante que desembarcou no país. Outras regiões, como Estados Unidos e países da Europa, já utilizavam o fármaco para prevenir a doença.

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Já existem evidências sobre a eficácia do imunizante. No entanto, há poucos dados disponíveis sobre o nível de proteção da doença na vida real - algo chamado de efetividade.

Por isso, um estudo será conduzido no Brasil a fim de observar os efeitos da vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, a pesquisa será conduzida pela Fiocruz e apoiada pela OMS. A própria pasta é quem financia o estudo.

Os objetivos principais são observar se a vacina "reduz a incidência da doença e a progressão à doença grave", segundo o ministério. Por enquanto, a pasta ainda não tem informações definidas dos centros de saúde que estarão inclusos na pesquisa.

MORTES

O Brasil totaliza cinco mortes por varíola dos macacos, com dois novos óbitos registrados nos últimos dias. Uma delas foi em Pouso Alegre, no interior de Minas Gerais, e a outra foi em São João de Meriti, no Rio de Janeiro.

A morte de Minas Gerais é a segunda registrada no estado - foi lá que o primeiro óbito pela doença no país ocorreu. A vítima mais recente, do sexo masculino, morreu na manhã de domingo (9) em um hospital em que estava internado desde 11 de setembro.

O paciente tinha 21 anos e tinha comorbidades, o que aumenta os riscos para complicações por varíola dos macacos. Além desse caso, o município tem outros três pacientes com diagnósticos confirmados pela doença.

No Rio de Janeiro, o paciente de 31 anos estava internado desde 16 de setembro. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o óbito também tem associação com outras complicações.

Agora, o estado totaliza três mortos pela doença. Não há óbitos pela varíola dos macacos registrados em outras regiões do país além dos estados do Rio e de Minas.

O Brasil continua sendo um dos países com maior número total de casos. O Our World in Data, sistema de compilação de dados da Universidade de Oxford, informa que já são 8.270 casos da doença no país. Somente os Estados Unidos, com mais de 24 mil infectados, registrou um número maior.

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