A Secretaria de Estado da Saúde registrou nesta quarta-feira (2) o primeiro caso da cepa B.1.617 no Paraná, popularmente conhecida como variante delta, na nova classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde). A identificação foi realizada por sequenciamento genômico do vírus SARS-CoV-2, realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) com amostra de um caso confirmado do Paraná.

A Secretaria de Estado da Saúde registrou nesta quarta-feira (2) o primeiro caso da cepa B.1.617 no Paraná, popularmente conhecida como variante indiana ou delta, na nova classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A Secretaria de Estado da Saúde registrou nesta quarta-feira (2) o primeiro caso da cepa B.1.617 no Paraná, popularmente conhecida como variante indiana ou delta, na nova classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde). | Foto: Jaelson Lucas/AEN

Uma mulher de 71 anos, residente no município de Apucarana, no Vale do Ivaí, com comorbidades, apresentou os sintomas da doença no dia 19 de abril após contato com casos confirmados. Ela realizou coleta de exame RT-PCR para diagnóstico da Covid-19 no dia 26 de abril. Chegou a ficar hospitalizada e teve alta.

A paciente morava com o marido de 74 anos e o filho de 58. Os três foram diagnosticados com Covid-19. O filho faleceu no dia 17 de maio. A equipe de Vigilância Epidemiológica municipal realiza acompanhamento dos familiares e contatos próximos e abriu investigação epidemiológica sobre o caso.

O Laboratório Central do Estado (Lacen/PR) envia à Fiocruz, semanalmente, amostras de casos confirmados de Covid-19 para monitoramento das cepas circulantes no Estado do Paraná. O critério de seleção é aleatório e levou à identificação desse caso, que não era considerado suspeito de infecção por alguma Variante de Preocupação (VOC).

O Lacen/PR está realizando a busca de amostras confirmadas para Covid-19, com data de coleta 15 dias anteriores e 15 dias posteriores à data de coleta do exame do caso confirmado, em toda a região da 16ª Regional de Saúde, que abrange 17 municípios.

APUCARANA

O prefeito Júnior da Femac disse que está pedindo para as pessoas quadruplicarem os cuidados. "Vamos trabalhar junto com a Sesa-PR, realizando todos os protocolos que ela nos solicitar. Já temos muitos trabalhos acontecendo. Já temos um pronto-atendimento de combate específico ao coronavírus, com uma equipe treinada com médicos e enfermeiros. Temos o atendimento com oxigênio em casa, com 140 pessoas atendidas. Conseguimos ampliação de leitos no hospital da Providência e disponibilizamos mais uma equipe do Samu para atender pacientes e requisitamos mais respiradores para a Sesa, realizamos um trabalho forte de conscientização com parcerias com igrejas e entidades sociais. Estamos trabalhando em todas as frentes."

De acordo com o prefeito, ela teve a Covid no fim de abril e já tinha tomado as duas doses da vacina. "A vacina atuou e ela só aguentou por causa dela. A mulher tinha como comorbidade a diabetes. O filho dela, de 58 anos, faleceu. Nos últimos seis ou sete dias notamos o aumento de número de casos, mas não tínhamos a confirmação dessa nova variante. Mesmo assim tomamos medidas restritivas no comércio", declarou.

O vice-presidente da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana, Emídio Alberto Bachiega, relatou que após a confirmação dessa nova variante no município pelo Lacen e pela Fiocruz ele foi à residência dessa pessoa representando o município. "Conversamos com uma filha e um filho dela, que relataram que iam almoçar sempre na casa deles. Eles me falaram que 22 pessoas da família tiveram Covid. Ficou claro que essa variante é bem contagiosa e que possui virulência muito grande. Não temos a confirmação que o marido e o filho tiveram essa variante, mas provavelmente estavam com ela também. Ela e o marido foram vacinados com a Coronavac. Ela é diabética e não chegou em estado grave, ficou em estado moderado", destacou.

Segundo Bachiega, a mulher ainda está sofrendo muito com a morte do filho no dia 17 de maio. "Se a gente já tomava cuidado com o vírus original, agora esse cuidado deve ser muito maior. A transmissibilidade da variante delta é maior que o vírus original. Como em Apucarana teve aumento do número de casos, com certeza isso ocorreu porque essa variante está presente na região", declarou.

Ele orienta os servidores a usarem sempre os EPIs (equipamentos de proteção individual). "Eles estão bem treinados. Se o paciente estiver com suspeita de ter Covid-19, eles deves usar os EPIS o tempo todo para ter proteção ao máximo e para não ter nenhum caso na equipe. Para a população o conselho é tomar todos os cuidados mesmo que já tenha sido vacinada. E quem não se vacinou deve se vacinar. Ficou provado que a vacina protege. Ela só está viva porque tomou as duas doses da vacina, caso contrário provavelmente teria morrido como o filho dela."


SUSPEITO


O Paraná registra ainda um caso suspeito da cepa B.1.617. Trata-se de um homem de 38 anos, residente em Cascavel, no Oeste do Estado. A amostra foi remetida à Fiocruz e aguarda o resultado o sequenciamento genômico.