A UEL (Universidade Estadual de Londrina) teve o primeiro vestibular descentralizado de seus 48 anos de história neste domingo (20) com o tema "museus". Dos 22.594 inscritos, 6,57% (1.485) não compareceram para a prova, mas o número de ausentes foi menor do que o ano passado. Em 2018, a abstenção chegou a 7,64%.

Imagem ilustrativa da imagem Primeira fase do vestibular da UEL tem como tema 'museus'
| Foto: Ricardo Chicarelli

As 60 questões objetivas de conhecimentos gerais foram pautadas pela importância dos museus enquanto instituições sociais e educativas e espaços de produção e difusão de conhecimento, de acordo com a universidade. Gabriel Adriano Siqueira, 19, conta que foi o vestibular que "mais enfatizou a arte" que ele já fez, entre provas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UEM (Universidade Estadual de Maringá). Desde 2017 tentando entrar na UEL, o candidato considerou que foi a prova mais difícil.

Siqueira tenta medicina, mas já é estudante de pedagogia da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná). "As questões misturavam conhecimentos, tinha várias obras de arte. Tinha questão sobre o departamento de física da própria UEL", disse.

Tatiane Souza, 18, considerou o nível de dificuldade da prova "mediano". A estudante de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro) tenta direito. "A prova falou de Notre Dame, do Museu Nacional e de Brumadinho", relatou.

Segundo a Cops (Coordenadoria de Processos Seletivos) da universidade, as obras de arte da prova mostram conteúdos vistos ao longo da vida escolar aplicados à vivência cotidiana, onde cada peça pode ser compreendida a partir de pontos de vista que consideram os saberes postos nas disciplinas básicas. "Por conta de acontecimentos como o [incêndio] do Museu Nacional e por conta do conhecimento que o museu traz, esse foi o tema. Todo o histórico do conhecimento está no museu", explicou Sandra Garcia, coordenadora da Cops. Neste dia de prova também foi comemorado o dia do arquivista, "foi também uma homenagem para a profissão que guarda essa história do País".

DESCENTRALIZADO

Ainda que alguns vestibulandos passaram pela tradicional "corrida" para não perder a prova, apenas um candidato não conseguiu fazer o vestibular por chegar atrasado. Outros cinco não puderam fazer o exame por falta de documentação. Todas as ocorrências foram em Londrina. "Tivemos mais candidatos inscritos e menos ausentes e tudo ocorreu com tranquilidade", afirmou Garcia. Na cidade, foram 18 locais de prova, além da aplicação do vestibular nas penitenciárias estaduais e no Creslon (Centro de Reintegração Social de Londrina).

Em Curitiba foram 2.417 candidatos que prestaram o exame e 572 em Cascavel (Oeste). Para o reitor Sérgio Carvalho, o vestibular descentralizado foi uma forma de abrir oportunidade para paranaenses que tradicionalmente não faziam provas no interior. "Fizemos um estudo e descobrimos que pouquíssimas pessoas da região de Curitiba e Cascavel vinham fazer provas na nossa universidade, conversamos com a UFPR (Universidade Federal do Paraná) para que sincronizássemos as provas com eles e abríssemos o espaço de oportunidades para mais paranaenses".

A UEL oferece 2.559 vagas em 53 cursos de graduação. Os novos cursos, biotecnologia e nutrição, ficaram entre os quatro mais procurados pelos candidatos, conforme lembrou Carvalho. Os cadernos de prova da 1ª fase deverão ser liberados a partir das 19h30 e o gabarito provisório deverá ser divulgado a partir das 20h, no site da Cops. No dia 8 de novembro será divulgado o resultado da prova, às 17 horas.

A 2ª fase será no dia primeiro de dezembro, com as provas de línguas, literatura e redação. No dia 3 será aplicada a prova de habilidades específicas. Os aprovados no vestibular serão conhecidos no dia 13 de janeiro de 2020, 12h, pelo site da Cops.

INJEÇÃO DE DINHEIRO

Dados do Londrina Convention Bureau mostraram que a rede de hotéis da cidade teve uma ocupação de 95% nesta semana. A UEL estima que 7,5 mil pessoas de fora se hospedaram no município por conta do vestibular, o que resultaria na injeção de R$ 5 milhões na cidade. "A UEL foi uma das impulsionadoras para colocar Londrina no mapa de eventos de negócios e científicos do Brasil", lembrou. Londrina atingiu a categoria A no Mapa do Turismo Brasileiro, o indicador conferido aos municípios com maior fluxo turístico, vale de 2019 até 2021.