Saber como proceder corretamente em acidentes de trânsito e conhecer as normas básicas de sinalização podem evitar que colisões sem gravidade se transformem em grandes tragédias, como a que aconteceu na noite do último domingo (2), em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), que resultou em oito mortes e mais de 20 feridos. Ficar distante do veículo acidentado e sinalizar a pista a uma distância segura o suficiente para alertar os outros motoristas para problemas na via são orientações da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

.
. | Foto: Divulgação/PRF

O acidente de domingo começou com um engavetamento perto de uma passarela na BR-277. Naquele trecho, no momento da colisão, havia muita neblina e fumaça causada por um incêndio ambiental. Os ocupantes dos veículos colididos ficaram no acostamento, mas acabaram atropelados por um caminhão que tentou desviar dos carros parados na pista. Depois disso, outros veículos que vinham atrás também acabaram se envolvendo no acidente. No total, foram 16 carros de passeio, cinco motocicletas e um caminhão.

Em caso de acidente sem vítimas, orientou o policial rodoviário federal Luís Carlos Maciel Junior, o recomendado é retirar os veículos da pista, caso ainda estejam funcionando, e estacioná-los no acostamento. “Muitos motoristas acham que não pode mexer no veículo. Mas pode, sim, desde que o carro ande. Não tem um crime a ser investigado.”

Se o veículo não puder ser removido, os ocupantes devem ficar no acostamento, mas distantes do local do acidente. Ficar dentro do carro parado na pista de rolamento nunca deve acontecer, exceto no caso de vítimas com ferimentos graves. “Se os ocupantes do veículo que se envolveram no engavetamento (em São José dos Pinhais) tivessem se afastado, possivelmente não teria tido essa gravidade”, afirmou.

A sinalização correta também pode evitar complicações. Colocar o triângulo a 30 metros de distância do local do acidente permite que outros motoristas tenham tempo de reduzir a velocidade com segurança. Trinta metros são equivalentes a trinta passos. Caso não tenha triângulo, galhos de árvores podem ser usados em substituição. “Mas muitos motoristas não sabem nem onde fica o triângulo, muitos não sabem nem montar o equipamento.”

No acidente de domingo, um agravante foi a neblina associada à fumaça causada por um incêndio ambiental, que prejudicaram a visibilidade na pista. Nessas condições, recomenda o policial, o motorista deve fechar os vidros do veículo para não inalar a fumaça, diminuir a velocidade sem freadas bruscas e utilizar farol baixo. Também deve guardar uma distância segura em relação ao veículo da frente e se for mudar de direção, sinalizar com seta. Parar no acostamento, alertou Maciel, só em último caso e, se houver essa necessidade, a orientação é manter a maior distância possível da pista de rolamento. “Quando parar no acostamento, ligar o pisca-alerta depois de parar o veículo. Nunca antes, para não confundir os outros motoristas. Mas o melhor é procurar um local mais seguro para parar, como um posto de combustível ou um posto da Polícia Rodoviária.” A PRF pode ser acionada pelo número de emergência 191.