Presos da Cadeia Pública de Sarandi (Região Metropolitana de Maringá) fizeram duas transmissões ao vivo pelo facebook na noite desta quinta-feira (16). Por meio das imagens de um celular, os detentos reclamaram das condições consideradas como “desumanas” por eles.

Entre as queixas, presos mencionaram qualidade das marmitas
Entre as queixas, presos mencionaram qualidade das marmitas | Foto: Reprodução

Dentro de uma das celas, eles denunciam agressões por parte dos agentes, além da falta de acesso a visitas e atendimento médico. Os detentos também expõem a superlotação, onde segundo eles estão mais de 60 presos em “quatro barracos”. Eles cobram a transferência de presos já condenados para unidades penitenciárias.

“Os chefes de segurança vêm diariamente oprimindo, torturando nós e nossos familiares, nós não temos saúde, não temos um PF (prato feito), a situação está precária em cima de saúde, estamos vivendo em um ambiente desumano, a gente sabe que errou e a gente quer pagar os nossos atos, mas da forma que estamos pagando é desumano”, diz um dos presos nas imagens.

As transmissões ao vivo e o acesso dos presos à internet mostram também a facilidade com que celulares conseguem entrar nas unidades prisionais.

RESPOSTA

Por meio de nota, o Deppen (Departamento de Polícia Penal do Estado|) informou que determinou uma revista geral na Cadeia Pública de Sarandi para localizar a existência de aparelho celular no local.

O Deppen pontua que operações de revistas são realizadas constantemente e que, na última delas, uma tentativa de fuga foi frustrada, o que pode ter motivado o descontentamento dos presos.

"Sobre as reclamações relatadas em vídeo, esclarecemos que as visitas presenciais que haviam sido suspensas por conta da pandemia, já foram retomadas e ocorrem de forma agendada, com os devidos cuidados de distanciamento social. Ainda há possibilidade de realizar visitas virtuais, por meio de videoconferência. Também em virtude da pandemia, a entrega de sacolas de forma presencial permanece suspensa em todo o Estado. No entanto, os familiares podem encaminhar os itens permitidos pelos Correios, via SEDEX", traz a nota.

Em relação à alimentação, o Deppen informou que as marmitas são fornecidas por empresas terceirizadas, sendo que, todos os dias passam por inspeção para verificar a qualidade, temperatura e peso do alimento fornecido. Já sobre os atendimentos médicos, o órgão diz que eles ocorrem por meio da rede pública municipal, por agendamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, nos casos emergenciais, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Sobre as denúncias de suposta venda de aparelhos celulares e demais reclamações, o Deppen informou que determinou a abertura de procedimento administrativo para investigar o caso.

Atualizada às 14h39