Imagem ilustrativa da imagem Preso pela PF em Londrina, sindicalista diz ser vítima de conspiração de delatores
| Foto: Gina Mardones/Folha de Londrina



Preso temporariamente na quarta fase da Operação Registro Espúrio, da PF (Polícia Federal), no dia 18 de setembro, em Londrina, o presidente da Fenatracoop (Federação Nacional dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas no Brasil), Mauri Viana Pereira, diz ser vítima de retaliação pela denúncia de irregularidades contra a União.

A ação da PF, autorizada pelo STF (Superior Tribunal Federal), investiga desvios de R$ 9 milhões da CEES (Conta Especial Emprego e Salário). O sindicalista foi libertado nesta semana e concedeu entrevista nesta terça-feira (25) para esclarecer os motivos de sua prisão. Na sua versão, ele seria uma vítima de "achacadores que estão dentro do Ministério do Trabalho" que, ao serem presos, denunciaram em delação premiada a Fenatracoop.

Segundo Viana, em 2011, a federação ingressou com processo contra a União, Ministério do Trabalho e Caixa Econômica Federal para tentar receber valores referentes à contribuição sindical que não estariam sendo repassados às entidades. A federação tem entre 390 mil e 420 mil associados e os valores não condiziam com os repasses da contribuição. Por ano, a Fenatracoop esperava receber entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, mas apenas cerca de R$ 600 mil eram remetidos. "Em 2010, começamos a investigar e descobrimos que, no Ministério do Trabalho, tem um setor que fazia a distribuição desse dinheiro, mas que ele estava sendo surrupiado", acusou o sindicalista.

Viana afirma que há R$ 5,6 bilhões em valores que deveriam ser repassado às entidades sindicalistas, sendo R$ 80 milhões à Fenatracoop, mas, deste total, apenas R$ 9 milhões foram liberados, dos quais R$ 2,5 milhões foram recebidos pela federação, referentes ao ano de 2009. "Funcionários do Ministério do Trabalho que estavam presos fizeram delação premiada e a Fenatracoop foi vítima", afirmou o presidente. "Eu fui preso inocentemente. Fui autor do processo e não réu e fui preso, encarcerado. Os réus são a União e a Caixa Econômica que devem e não pagam", acusou.