Prefeituras dividirão verba para o combate às doenças
PUBLICAÇÃO
domingo, 23 de janeiro de 2000
Prefeituras dividirão verba
para o combate às doenças
O Ministério da Saúde vai modificar a forma de repasse de recursos destinados aos municípios para o combate à dengue e à febre amarela neste ano. As prefeituras ficarão responsáveis por dividir a destinação dos recursos enviados para o setor. A verba para a prevenção das doenças ainda não foi definida para ser distribuída aos municípios. O Ministério da Saúde vai repassar neste ano os recursos para as áreas de vigilância epidemiológica e sanitária das cidades. No entanto, promete aumentar a fiscalização sobre os municípios para conferir a utilização da verba. Todos terão metas a serem cumpridas. Uma delas é reduzir os índices Breteau próximo a zero, diz o superintende da Sucen, em São Paulo, Luís Jacintho Pinto. O Breteau registra o número de recipientes com larvas do Aedes aegypti encontrados a cada cem imóveis.
As pessoas com viagens marcadas para as áreas endêmicas foram as responsáveis pelo crescimento na procura da vacina contra a febre amarela nas duas unidades de saúde que estavam realizando a imunização, em Campinas, onde já houve a confirmação de um caso da doença. As regiões Norte e Centro-Oeste e o Estado do Maranhão são as áreas consideradas de risco.
O município de Campinas já enfrentou cinco grandes surtos de febre amarela no final do século 19, entre os anos de 1889 e 1897. De acordo com historiadores, cerca de 2,5 mil pessoas morreram na época, o que correspondia a 6% da população da cidade. Na época, o pânico também fez com que quase metade dos moradores deixasse a cidade.
De acordo com registros da Fundação Nacional da Saúde, as primeiras ocorrências de febre amarela no País aconteceram em 1685, em Recife. Em 1692, ainda segundo a Fundação Nacional da Saúde, a febre amarela teria provocado duas mil mortes em Salvador. A doença voltou a reaparecer em grandes proporções em 1749, na cidade baiana. Na ocasião, a febre amarela espalhou-se por várias cidades do Brasil.
A vacina antiamarílica passou a ser preparada em 1937 no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. A partir daí, os surtos urbanos da doença foram eliminados no Brasil. O estudante campineiro Paulo Franco, 22, adquiriu a febre amarela após uma viagem até a Chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás, onde passou o réveillon com amigos.
O caso, o primeiro de Campinas em 2000, foi confirmado na última quinta-feira pelo Instituto Adolfo Lutz. O estudante já teve alta e passa bem.

