O prefeito de Foz do Iguaçu (Oeste), Chico Brasileiro, anunciou que irá seguir o decreto estadual de quarentena em algumas regionais de saúde e determinou o fechamento dos serviços não essenciais no município. O anúncio, feito por meio de transmissão ao vivo pelas redes sociais da prefeitura, não agradou os empresários.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura de Foz acata decreto estadual, mas empresários reclamam
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A Acifi (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu) afirmou por meio de nota que recebeu com surpresa o anúncio da Prefeitura de Foz do Iguaçu de ratificar as medidas do Governo do Paraná. "A entidade é contrária a mais uma severa quarentena geral na cidade que agravará ainda mais a crise econômica iguaçuense, comprovadamente o município mais afetado do Paraná", diz a nota.

Segundo a entidade, a decisão do prefeito Chico Brasileiro de permitir somente o funcionamento das atividades econômicas consideradas “essenciais”, a partir desta quarta-feira, 1º, "certamente aprofundará o caos social no município. Com o fechamento das atividades, em especial do comércio, pelos próximos 14 dias, registraremos mais demissões e empresas fechadas."

A Acifi sustenta que, seguindo decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), os municípios e estados brasileiros têm autonomia para definir formas de enfrentamento à Covid-19. Logo, a entidade defenderá a revisão do decreto municipal, sem desrespeitar o Decreto estadual 4.942, de 30 de junho, bem como solicitará uma revisão direta ao Governo do Estado, considerando a realidade local epidemiológica e a infraestrutura hospitalar e econômica.

"Ressaltamos que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu tem defendido junto ao poder público e iniciativa privada medidas para garantir o necessário equilíbrio nas ações para proteção à vida dos iguaçuenses, sustentabilidade financeira das empresas e manutenção de empregos de milhares de trabalhadores", declarou o presidente da Acifi, Faisal Ismail.

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) fornecidos pela Acifi, Foz do Iguaçu tinha em janeiro 59975 empregados com carteira assinada em janeiro deste ano, no entanto, entre janeiro e maio, houve 14459 desligamentos contra 9302 admissões no período, o que confere um saldo de -5157 empregos (-8,6%). Para comparar, Londrina tinha 148115 empregos em janeiro deste ano, e registrou nos mesmos meses 24230 admissões e 29123 desligamentos, um saldo de 4983 empregos negativos (-3,36%).