SANTOS, SP (FOLHAPRESS) - Prefeitos das nove cidades do litoral sul paulista pediram nesta terça-feira (1o) ao governador João Doria (PSDB) reforço de policiais militares para atenuar a superlotação prevista para as praias e dos municípios no feriado da Independência, na próxima segunda (7).

Ainda não há um número informado, mas a expectativa é de que o efetivo seja similar ao adotado na Operação Verão, quando policiais são deslocados de diversas regiões do estado para as cidades do litoral.

"Devido ao que aconteceu no final de semana, com praias lotadas, temos uma preocupação que essas cenas não se repitam no próximo feriado. Pedimos ao governo uma operação nos moldes da Operação Verão", disse o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), em pronunciamento gravado.

Apesar das críticas públicas feitas por Doria aos registros de aglomerações nas praias no último fim de semana, ainda não há previsão para a instalação de barreiras sanitárias na entrada das cidades.

A solicitação de aumento do policiamento ocorreu em reunião na tarde desta terça, por videoconferência, realizado pelos prefeitos de Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Bertioga e Cubatão.

Além do reforço, há acordo para que seja realizada uma campanha de conscientização nos pedágios, com a entrega de máscaras e de instruções aos condutores de veículos.

"Acredito que teremos muitas dificuldades para monitorar tudo, precisaremos desse reforço nos principais centros que mapeamos", disse o prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício (PSDB).

Maurício acrescentou que os municípios tinham como principal desejo o bloqueio da descida de veículos no sistema Anchieta-Imigrantes, mas afirmou que o tema já é pauta vencida nas reuniões e que não foi levantado pelos prefeitos.

No último fim de semana, os registros de pessoas assustaram autoridades de saúde. Foram vistas aglomerações ao longo de toda a orla, com grupos sentados na faixa de areia sem máscaras, fato que também ocorreu no litoral norte.

"Agora que abrimos as praias, não há como recuar. Para fechar seria uma dificuldade muito grande, precisaremos monitorar, é o que nos cabe", afirmou o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão.

Com o bom tempo do último fim de semana, as praias se encheram e o distanciamento social foi um dos mais baixos registrados pelo governo, de 43% no sábado, dia em que esse índice costuma ser maior.

"Todos observaram neste fim de semana um número impressionante de pessoas nas praias do litoral de São Paulo, sem me referir ao litoral de outros estados", disse Doria em entrevista nesta segunda (31), sem citar as praias do Rio, que também lotaram. "Pessoas se aglomerando sem máscara, de forma inadequada e perigosa. As rodovias tiveram congestionamentos como se nada estivesse acontecendo, como se estivéssemos em período de alta estação, de férias e com razões para celebrar. Não temos razões para celebrar, temos razões para nos preocupar", acrescentou.

Durante a entrevista coletiva, Doria responsabilizou os prefeitos das cidades que registraram aglomerações e afirmou que pode mandar a Polícia Militar dissipar aglomerações, mas disse que isso dependeria de solicitação dos prefeitos.

"Então o estado precisa atuar para controlar esse acesso à Baixada Santista, porque colocando 200 mil veículos aqui por fim de semana fica difícil o trabalho realizado pelas cidades", afirmou o prefeito de Santos em entrevista coletiva nesta terça.

No feriado de Corpus Christi, além das barreiras sanitárias a rede hoteleira foi fechada para fins de turismo. Mesmo assim, houve intensa movimentação de pessoas nos calçadões, na faixa de areia e até mesmo no mar.

Atualmente, a região está inserida na fase 3-amarela de um mapa que vai de 1 a 5 e prevê categorias graduais de isolamento. O litoral sul foi uma das últimas zonas a ser reclassificada na fase laranja.