São Paulo, 07 (AE) - O prefeito de Carapicuíba, Jorge Ikeda (PFL), o Jorge do Poeirinha, e o presidente da Câmara, Sérgio Isere (PFL), acamparam ontem (06) em frente do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e iniciaram greve de fome para chamar a atenção do governador Mário Covas. Hoje, uma comissão da cidade os retirou de lá. Segundo Ikeda, o ato foi uma tentativa de fazer Covas liberar R$ 1,5 milhão, que seria usado para concluir as obras do aterro sanitário e extinguir o lixão da cidade.
O prefeito reivindica também que o Estado repasse ao município R$ 41 milhões do Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento (Fumefi) que, segundo Ikeda, a cidade teria direito de receber. O prefeito disse que o dinheiro estaria sendo retido desde 1995.
A última refeição deles foi feita às 11 horas de segunda-feira. Depois, os dois passaram o dia e a noite sentados em frente de um dos portões do palácio "só com água e um penico", conforme Ikeda. Tomaram chuva, mas não quiseram entrar no palácio, como foi proposto por assessores de Covas.
Na tarde de hoje, um grupo de pastores da cidade e pessoas ligadas ao movimento de defesa de Carapicuíba estiveram na sede do governo para resgatar o prefeito, que acabou não sendo recebido por Covas. Ikeda foi levado para o Hospital Sanatorinhos, em Carapicuíba, pois estava indisposto. Covas afirmou que já liberou este ano R$ 80 milhões em investimentos ao município, que fica a 30 quilômetros da capital e tem 600 mil habitantes.