Capitão Poço, PA, 13 (AE) - O prefeito afastado de Capitão Poço, no Nordeste do Pará, José Raimundo Belo (PMDB), recrutou cerca de 150 simpatizantes na zona rural do município e
empunhando um microfone de um carro de som, comandou o apedrejamento da prefeitura. Belo foi afastado do cargo por decisão do Tribunal de Justiça (TJ).
Além de pedradas, os manifestantes dispararam rojões contra salas e gabinetes. Vidros foram quebrados e instalações danificadas. Os 70 funcionários que estavam nas salas entraram em pânico e fugiram pelo quintal. Um grupo de 20 homens da Polícia Militar foi chamado pelo presidente da Câmara, José Francisco Pacheco Pinto, mais conhecido como "Zé Mufumbo", que ocupa o lugar de Belo, evitando que o prédio fosse invadido.
Belo responde a processo na Justiça. Ele teve o mandato cassado pela Câmara e foi denunciado pelo Ministério Público (MP), que o acusa de promover superfaturamento de obras, desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito. O prefeito cassado também é acusado de estuprar uma menina de 14 anos dentro de um automóvel da prefeitura e responde a processo criminal.
Segundo os advogados Simão Bentes e Guilherme de Almeida
defensores da Câmara de Capitão Poço, antes de fugir com os simpatizantes, Belo prometeu que voltaria com mais reforços para "tomar a prefeitura na marra".
O prefeito acusado diz-se uma "vítima de inimigos políticos" e nega todas as acusações. "Quem está fazendo tudo isso é o deputado estadual Antenor Bararu (PPB), esse sim, um ladrão, que quer me destruir." Bararu disse que Belo está "desesperado com a possibilidade de ser preso por seus crimes".