Preço do peróleo no Brasil não pode ser igual ao exterior, diz Abiplast7/Mar, 10:18 Por Viviane Mottin São Paulo, 07 (AE) - Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, o petróleo não deve ser tratado como commodity no mercado interno, mas de acordo com a produção do País. Ou seja, ele defende que a formação de preço no mercado interno leve em conta a produção da Petrobras de 60% do petróleo consumido no Brasil. A produção local do barril custa US$ 3, enquanto no exterior o preço chegou a US$ 32,18 em Nova York e a US$ 29 em Londres, no dia de ontem. O governo brasileiro importa 40% do que o País consome, mas forma preço de gasolina e nafta (insumo petroquímico), por exemplo, como se todo o petróleo fosse importado. "O petróleo deve ser visto como questão de segurança nacional, caso contrário continuará sendo um forte ingrediente na composição da inflação", frisa Merheg Cachum. Inflação - Conforme o economista Heron do Carmo, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe), o impacto do aumento dos combustíveis na inflação de março ficará entre 0,15 e 0,20 ponto percentual. Ele afirma que, de cada R$ 100 gastos pelo brasileiro, R$ 2,65 ficam nos postos de combustíveis. "No ano passado, o lucro da Petrobras foi de US$ 1,7 bilhão . Por que não poderia ser mais baixo, proporcionando ganhos a todos no País? Porque essa conta está atrelada ao FMI", responde o próprio Merheg Cachum. Segundo o ministério de Minas e Energia, o preço da gasolina e da nafta no Brasil é formado a partir da soma do custo interno do barril mais a cotação internacional do importado. Nessa composição, 60% do custo tem por base o preço nacional do petróleo e os outros 40% sobre o valor da commodity. Total por barril: US$ 14,20. Porém, na formação de preços pelo governo brasileiro entra a Parcela de Preço Específico (PPE), uma diferença para mais no custo total, explicada pelo governo como valorização de ativos no setor petrolífero que quer atrair investimentos estrangeiros. A alusão de Merheg Cachum ao FMI, no entanto, diz respeito às dívidas interna e externa brasileira, cuja amortização depende de saldos positivos em contas como a do petróleo.