Brasília, 12 (AE) - O governo já fez as contas e concluiu que poderá reduzir o preço da gasolina se o petróleo no mercado internacional cair um pouco mais e se estabilizar em torno de US$ 18,00. Segundo uma fonte da equipe econômica, a redução no barril do petróleo para valores próximos a US$ 21,00 é suficiente para suspender o reajuste programado para julho, mas nos dois casos ainda é preciso que os preços internacionais se confirmem como tendência.
O governo também conta com a estabilidade nas cotações do real em relação ao dólar para ajudar a alcançar o superávit de R$ 3,5 bilhões na conta petróleo, que contabiliza o subsídio aos combustíveis, previsto no Orçamento deste ano e no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Quando o reajuste de 7% em fevereiro foi calculado, os técnicos estimavam que o dólar ficasse em torno de R$ 1,80 este ano. Como as cotações estão variando próximas a R$ 1,75, o governo tem um ganho pois gastará menos reais para pagar as importações de petróleo.
A suspensão do reajuste no meio do ano dependerá dessas variáveis. Se o barril se estabilizar abaixo de US$ 22,00 e o dólar continuar em R$ 1,75 será possível cumprir a meta com o FMI e não haverá pressão sobre as contas do governo. Mas se houver alterações, é possível que o governo leve adiante o plano de aumentos da gasolina. A correção determinada no início do ano projetava um superávit próximo a R$ 2 bilhões na conta petróleo, uma perda de R$ 1,5 bilhão em relação à meta, que terá que ser compensada com reajuste nos combustíveis ou corte de despesas.