Ano após ano, a Folha de Londrina tem noticiado que a Praça Tomi Nakagawa sofre ação de vândalos. O problema é recorrente e parece não ter solução. Leitores relataram que recentemente o local voltou a ser alvo de pessoas que vão ao local com o objetivo de destruir o espaço. Algumas placas de mármore com os nomes dos japoneses pioneiros que vieram a Londrina foram destruídas. O chafariz do local não tem funcionado e o pequeno tanque, que deveria simular as águas pelo qual o navio Kasato Maru circulou, está seco e sem manutenção. O cheiro de urina também é forte e incomoda.

A escultura do artista plástico Yutaka Toyota tem sido alvo de furtos de peças de metal. A obra artística com 17 metros de altura, que tem peças de inox que fazem referência a cada década da imigração, foi descaracterizada. Também há pichações e alguns degraus da escada que leva ao gazebo precisam ser reformados.

Placas de mármore com os nomes dos pioneiros foram destruídas
Placas de mármore com os nomes dos pioneiros foram destruídas | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

O eletricista aposentado Juscelino Ferreira, 66, cobrou a presença da Guarda Municipal no espaço. Ele relatou que frequenta a praça, mas somente nas bordas e nem se aventura a entrar no espaço mais central do local. “No meio eu não fico e nem aconselho as pessoas a circular na parte mais interna da praça. É uma praça bonita, mas precisa de mais frequência, para evitar esses furtos. Para isso precisamos de guardas para dar mais segurança. Tinham que limpar, cuidar mais e limpar. Se tivesse guarda municipal cuidando, ninguém mexeria em nada.”

O aposentado Geraldo Zanluqui, 75, também se mostrou inconformado com a destruição do local e de outros espaços na cidade. “Eu acho um absurdo. Se você verificar, a cidade toda tem problema de vandalismo. A questão do furto de fiação em Londrina é um absurdo. Está muito complicado. É a falta de educação das pessoas que gera isso.” Sobre a destruição de peças que não têm valor para revenda, ele também se mostrou indignado. “As pessoas quebram coisas que não possuem valor comercial e não aproveitam nada. Infelizmente é a cultura dessas pessoas.”

O  pequeno tanque, que deveria simular as águas pelo qual o navio Kasato Maru circulou, está seco e sem manutenção
O pequeno tanque, que deveria simular as águas pelo qual o navio Kasato Maru circulou, está seco e sem manutenção | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

A assessoria da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) afirmou que o chafariz da Praça Tomi Nakagawa está com os jatos em manutenção, porque eles estavam jogando água muito para fora e havia o risco de queimar a bomba. Sobre as placas e a escultura, a companhia informa que foi uma doação de uma construtora e que a companhia não tem como fazer a reposição do material, porque tudo foi doado.

Sobre os furtos de luminárias e de cabos de energia, a reportagem entrou em contato com a Londrina Iluminação, que informou que as luminárias ornamentais passarão por uma manutenção especial e programada, assim como outras praças. A assessoria informou que esse é um trabalho de rotina, conforme as rondas realizadas pela empresa. “Uma pequena parte das luminárias ornamentais está quebrada e precisa ser reposta, mas ocorre que tais unidades, que são especiais por suas características próprias, são difíceis de encontrar e estão em falta no mercado. Estamos, porém, pesquisando fornecedores, e assim que adquirirmos vamos repor. De qualquer forma, todos os espaços da praça estão relativamente compensados pelas luminárias que estão em pleno funcionamento. As unidades ornamentais faltantes não estão comprometendo a iluminância do local. Assim que tivermos uma solução para a reposição de nossos estoques imediatamente iremos proceder a substituição das peças defeituosas. Pedimos compreensão, pois se trata de um caso fortuito que não depende somente da gente”, informou ainda a CMTU, por meio de nota.

Em relação à fiscalização do local pela Guarda Municipal, a reportagem solicitou, mas não obteve retorno do secretário de Defesa Social, Pedro Ramos.

PRAÇA ROCHA POMBO

Em contraposição ao ambiente observado na Praça Tomi Nakagawa, a Praça Rocha Pombo possui uma condição bem diferente. Por lá é possível observar que a frequência do espaço pelas pessoas é maior, o chafariz está funcionando, os equipamentos, como bancos, lixeiras e luminárias, estão mais conservados. O fiscal de loja Wellington Augusto do Nascimento, 31, foi abordado pela reportagem enquanto estava sentado no gramado. “Moro no Jardim Paulista e a Praça Rocha Pombo é um ponto turístico muito bonito. Há o chafariz e existem sombras para a gente sentar sob elas e descansar na hora do almoço”, relatou. A atendente Ana Carla Machado, 18, ao encerrar o expediente vai à praça para relaxar. “Depois de trabalhar o dia inteiro, a gente consegue descansar aqui.” Ela foi de bicicleta ao local e observou as diferenças entre as duas praças. “Lá está sujo e está bem descuidado. Aqui está melhor”, destacou.

Segundo a assessoria de imprensa da CMTU, o chafariz da Praça Rocha Pombo recebeu manutenção na semana passada e voltou a funcionar, bem como o chafariz do Calçadão.

O chafariz da Praça Rocha Pombo recebeu manutenção na semana passada e voltou a funcionar
O chafariz da Praça Rocha Pombo recebeu manutenção na semana passada e voltou a funcionar | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha
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