As seis unidades básicas de saúde de Londrina abertas nesta segunda-feira (24) para atender casos suspeitos de dengue permaneceram lotadas durante toda a manhã. Conforme balanço parcial divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, 829 pacientes foram atendidos entre 7h e 12h30. Na UBS do Conjunto Parigot, na região norte da cidade, o tempo médio de espera foi de até 2 horas.

Imagem ilustrativa da imagem Postos de saúde ficam lotados para atender casos suspeitos de dengue
| Foto: Viviani Costa/Grupo Folha

“Comecei a ter sintomas ontem. É muita dor no corpo, na cabeça. Minha vizinha teve dengue há pouco tempo. Tem uma água empossada na rua de casa que junta pernilongo, dengue, tudo”, disse a dona de casa Josefina Rodrigues que aguardava há mais de uma hora por atendimento. Mais de 90 pacientes haviam sido atendidos na unidade até às 10h30. Outros 60 permaneciam na sala de espera.

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Na UBS do Conjunto Aquiles Stenghel, também na zona norte, muitos aguardavam do lado de fora. “Eu estou com dengue e tenho que vir para fazer o acompanhamento”, contou a costureira Simone da Costa. “Tive muita dor no corpo e febre alta. Não desejo isso para ninguém. As pessoas precisam se conscientizar e manter o quintal limpo”, criticou mostrando as manchas vermelhas nos braços. Nas duas unidades da zona norte, jarras com soro para hidratação foram disponibilizadas para os pacientes na sala de espera.

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“Tive só um pouco de dor de cabeça na sexta. No sábado, começou essa alergia aqui. Será que é dengue?”, perguntou o auxiliar de prótese dentária Bruno da Luz com o corpo repleto de manchas vermelhas na pele. Ele procurou atendimento na UBS do Jardim Itapoã, na zona sul. Sintomas como febre alta (acima de 38,5°C), dores musculares, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo estão entre os sintomas da doença. Porém, a infecção pelo vírus transmitido pelo Aedes aegypti pode não apresentar sintomas.

As UBS do Parigot e Aquiles (zona norte), Vila Casoni (centro), Vila Ricardo (leste), Alvorada (oeste) e Itapoã (sul) permanecerão abertas nesta terça-feira, das 7h às 19h.

Para o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a procura já era esperada diante dos mais de 1.600 casos de dengue confirmados no município desde janeiro deste ano. “É uma procura bastante intensa, em especial, nas regiões norte e leste onde há o maior número de casos confirmados e notificados da doença. Essa ação é para facilitar o acesso das pessoas a um local próximo a residência e desafogar unidades de pronto atendimento para atender outras demandas do dia a dia”, explicou Machado.

Boa parte dos atendimentos na manhã desta segunda-feira estava relacionada ao acompanhamento dos casos já confirmados da doença. O chamado estadiamento (em que é realizada a prova do laço, a aferição da pressão arterial com o paciente em pé e sentado e o reforço na hidratação) é realizado durante sete dias.

“Esse acompanhamento é extremamente importante porque do terceiro ao sexto dia da doença, os sintomas podem se tornar mais graves. Pode ser, às vezes, que o atendimento demore mesmo, mas é importante que as pessoas entendam que os profissionais estão se esforçando ao máximo para conduzir os casos de forma correta e estão também exaustos”, considerou.