População brasileira cresce em ritmo menor e alcança 203 milhões
É o que indicam os primeiros dados do IBGE divulgados nesta quarta (28); Pr tem 11,4 milhões de habitantes e Londrina, 555.937
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quarta-feira, 28 de junho de 2023
É o que indicam os primeiros dados do IBGE divulgados nesta quarta (28); Pr tem 11,4 milhões de habitantes e Londrina, 555.937
Leonardo Vieceli e Isabella Menon - Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A população brasileira ainda cresce, mas em um ritmo cada vez menor. É o que indicam os primeiros dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o levantamento, a população residente no país era de 203,1 milhões de pessoas em 2022 - o contingente exato foi de 203.062.512. Projeção anterior do instituto apontava que o Brasil teria entre 213 milhões e 214 milhões de habitantes.
O número de moradores representa uma alta de 6,5% (12,3 milhões a mais) em relação ao Censo anterior, de 2010 (quando o país tinha 190,8 milhões de habitantes). Isso significa que a taxa de crescimento foi de 0,52% ao ano.
Trata-se do menor nível já registrado em um recenseamento no Brasil. O primeiro ocorreu 150 anos antes, em 1872. De lá para cá, o país soma 13 operações censitárias.
O Paraná alcançou 11.4443.208 habitantes, enquanto Curitiba, 1.773.733; Londrina, 555.937; e Maringá, 1,19%.
A série histórica divulgada pelo IBGE mostra que a taxa de crescimento anual já chegou a 2,99% na passagem de 1950 para 1960.
O percentual encolheu de forma consecutiva nas décadas seguintes, até atingir 1,17% em 2010 e 0,52% em 2022. É a primeira vez que o avanço fica abaixo de 1% em um Censo.
Esse movimento ilustra o que especialistas chamam de transição demográfica, que traz reflexos tanto em questões comportamentais quanto na área econômica.
"A queda da fecundidade começou no final da década de 1960. Começou com uma queda pequena, mas a partir da década de 1970 se espalhou pelo Brasil todo", diz o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, pesquisador aposentado do IBGE.
"De lá para cá, a fecundidade só cai. Ao mesmo tempo, temos um aumento da expectativa de vida e uma redução das taxas de mortalidade."
Com menos filhos, as famílias tendem a investir mais na formação de uma mesma criança, e as mulheres podem encontrar menos dificuldades para a entrada no mercado de trabalho, afirma Alves.
O crescimento menor da população, por outro lado, encaminha o país para o fim do chamado bônus demográfico, segundo o especialista.
Isso traz desafios para a economia, já que a parcela da população em idade de trabalhar tende a diminuir, enquanto a de aposentados, aumenta. O segredo para superar o quadro, diz Alves, é elevar a produtividade - capacidade de produzir mais com menos.
"A transição demográfica é o maior fenômeno de mudança de comportamento em massa da humanidade. Está mexendo com a vida das pessoas, com a morte delas", afirma.
(em atualização)