Rio, 05 (AE) - A poluição provocada por bolsões de lodo no fundo da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio, pode ser a causa da morte de oito toneladas de peixe. no começo da semana. De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, André Corrêa, os detritos teriam subido para a superfície e provocado a mortandade. Hoje, dois dias depois de os peixes terem sido recolhidos por funcionários da Companhia de Limpeza Urbana, Corrêa e o diretor de Esgotos da Companhia Estadual de águas e Esgoto (Cedae), Evandro de Brito, vistoriaram o local.

Segundo Corrêa, os bolsões de lodo são consequência das ligações clandestinas de esgoto ao longo dos anos. De acordo com ele, um mapeamento da lagoa vai identificar os pontos mais críticos, onde o nível de oxigênio dissolvido varia entre 1,5 e 2 miligramas por litro - o índice ideal é de, pelo menos, quatro miligramas. "Hoje, o ponto mais problemático é o trecho próximo ao parque da Catacumba, na faixa de 1,9 miligramas de oxigênio dissolvido", afirmou Corrêa. "O centro da lagoa está satisfatório". O estudo dos pontos críticos deve ficar pronto em dois meses. Identificados os bolsões de lodo, eles serão retirados e lançados ao mar pelo emissário submarino de Ipanema.
Durante a fiscalização, uma ligação clandestina de esgoto foi encontrada, próxima à rede de águas pluviais, na Rua Vitor Murtuá. Técnicos da Cedae abrirão trechos da rua para encontrar a ligação clandestina - provavelmente de algum prédio - e cortá-la, evitando novos pontos de poluição. "A Cedae mantém um serviço permanente de combate às ligações clandestinas de esgoto: em oito anos, 300 ligações foram desfeitas", garantiu o diretor de Esgoto da companhia, Evandro Brito.