Imagem ilustrativa da imagem Policiais são presos por suspeita de exploração ilegal de jogos

Cinco policiais militares, um policial civil e mais oito pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (18) em uma operação que desarticulou esquema de exploração ilegal de jogos de azar. A Operação Imperium, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), revelou a existência de uma organização criminosa centralizada em Jataizinho, na Região Metropolitana de Londrina, mas que se estendia aos municípios de Londrina, Ibiporã e Assaí, localizados na área de abrangência de atuação dos agentes públicos suspeitos.

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| Foto: Divulgação/MPPR

A investigação começou em maio de 2020, mas há indícios de que o esquema ilegal funcionava, pelo menos, desde 2015. “O braço público, estatal, agia de duas formas no esquema. Protegia, dava guarda, permitindo a atividade ilícita, e eles mesmos (os policiais) explorando as atividades ilícitas”, relatou o coordenador do Gaeco em Londrina, Jorge Fernando Barreto da Costa.

A organização criminosa estava relacionada a jogo do bicho, bingo e exploração de máquinas caça-níqueis. Em ao menos um dos locais onde havia prática de jogo ilegal, foi constatado o funcionamento de um bingo. O proprietário do estabelecimento possuía alvará de atividade lícita, segundo o promotor. O Ministério Público também chegou a um galpão que funcionava como uma indústria para a fabricação e manutenção das máquinas caça-níqueis. No local, foram encontrados milhares de componentes eletrônicos, como monitores, placas-mãe, processadores e gabinetes que podem atingir valores próximos a R$ 1 milhão, avaliou o Gaeco.

No total foram expedidos 14 mandados de busca e prisão temporária e 70 de busca e apreensão, além de outras medidas. A operação mobilizou 160 pessoas, entre promotores de Justiça e agentes de segurança pública, com o apoio das corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil. Os suspeitos são investigados pelos crimes de usura, lavagem de ativos e exploração ilegal de jogos mediante corrupção ativa e passiva, inclusive com fraude em máquinas de jogo, o que configura crime contra a economia popular. Policiais supostamente ligados aos ilícitos são suspeitos de violação do sigilo funcional.

Os cinco policiais militares foram encaminhados para carceragens reservadas aos servidores ligados ao 5º BPM (Batalhão da Polícia Militar) e à 4ª Companhia Independente de Polícia Militar. Já o policial civil, que atuava na delegacia de Ibiporã, foi encaminhado para uma prisão em Curitiba.

De acordo com Barreto, apenas testemunhas dos fatos e pessoas autuadas em flagrante foram ouvidas pelo Ministério Público nesta terça-feira.

Além das prisões temporárias expedidas contra os policiais militares e civil e oito particulares, também foram impostas contra 11 particulares e dois outros policiais militares outras medidas cautelares, como o comparecimento mensal, proibição de acesso e proibição de contato com outros investigados. Os cinco policiais militares presos e os outros dois investigados também foram suspensos da função pública. Os mandados foram expedidos pela Vara de Auditoria Militar Estadual e pela Vara Criminal de Ibiporã, que ainda determinaram o sequestro de veículos e de imóveis relacionados aos crimes.