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. | Foto: Divulgação

O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia à Justiça contra os acusados de envolvimento em um esquema criminoso que funcionava por meio de exploração de jogos de azar em Jataizinho, Ibiporã e Londrina. O esquema foi desbaratado em operação deflagrada no dia 18 de maio. Entre os acusados estão cinco policiais militares, um policial civil e outras oito pessoas.

Na ocasião, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) também desmontou uma fábrica clandestina de máquinas caça-níquel usada para a manutenção e adulteração da frequência em que os equipamentos concederiam os prêmios, uma estratégia para aumentar os lucros. Na denúncia, os promotores ainda pediram a demissão dos policiais e o bloqueio dos bens dos investigados.

“O pedido de demissão é consequência da condenação criminal, mas a demissão também pode ser resultado do processo administrativo disciplinar que foi instaurado contra eles no âmbito das polícias Civil e Militar, e, também, no âmbito da ação de improbidade quando os respectivos promotores, no caso, o de Ibiporã, entrarem com a respectiva ação de improbidade”, explicou o coordenador do Gaeco em Londrina, Jorge Barreto da Costa.

Segundo explicou o promotor Leandro Antunes à época da prisão dos acusados, os policiais militares recebiam propina para não autuarem empresários que lucravam com a exploração dos jogos de azar. Além disso, um policial civil que atuava na delegacia de Ibiporã é apontado como o responsável por alertar esses empresários de operações que seriam realizadas para coibir o jogo ilegal. Os denunciados não tiveram seus nomes divulgados.

O MP apontou que apenas o policial militar movimentou mais de R$ 5 milhões em sua conta bancária. Entretanto, aos promotores, o PM afirmou que os valores são fruto do seu salário na corporação, além de seu trabalho como segurança particular e dos ganhos obtidos pelo comércio de eletrônicos que pertence à sua família. Já outro policial militar apontado na denúncia teria movimentado mais de R$ 4 milhões. Se o pedido for atendido pela Justiça, valores em contas bancárias, imóveis de alto padrão, joias e veículos serão sequestrados para garantir o pagamento de multas por parte dos acusados, que poderão responder por crime contra a economia popular.

“As investigações apontam para este volume, até pelo número de envolvidos e pelo tempo em que este esquema se desenrolou. Mas, também, estamos almejando apurar o eventual crime de lavagem de dinheiro. Bloqueados estes valores, teríamos, ao final, a reparação do dano por eventual condenação”, afirmou.

Questionado, o promotor explicou que a ampla maioria dos acusados não colaborou com as investigações, trazendo narrativas distorcidas em comparação com o que as provas colhidas nas investigações mostram. Apenas um servidor, que teria participado do esquema de forma menos lucrativa, foi quem teria colaborado com as investigações.

“As provas que foram amealhadas, seja imagens, sejam outros dados, a quebra de sigilo de atividades bancários, testemunhas, a análise de documentos e dados obtidos em aparelhos eletrônicos, isso formou com uma certeza dos crimes que eles estavam cometendo e haviam cometido”, explicou.

Por enquanto, os servidores possuem o direito de continuarem recebendo seus vencimentos. Dos seis servidores públicos, apenas um não permaneceu preso desde a deflagração da operação. No entanto, precisa cumprir medidas cautelares.